domingo, fevereiro 29, 2004


BG: Ave Lúcifer, Mutantes [e essa eu dedico especialmente para os irmãozinhos cantadores e gritadores da igreja aqui em frente]



Aproveitando uma daquelas enrolações do Oscar, só para dizer que aos poucos as coisas voltam à normalidade e que voltei a fazer parte dos conectados. Embora ande meio sem saco mesmo para essas coisas de blog. Talvez seja sono acumulado o mau humor. De sexta para sábado, dormi às 6hs e acordei às 7hs. Passei o dia fazendo faxina e espirrando com a poeira. Ainda torci o pé. Hoje um telefone mal educado me tirou da cama antes das 9hs. Inconcebível para um domingo. Tenho pensado muito na crise do papel e isso não tem a menor conexão com nada desse post. Estou acompanhando o Oscar, mas nadas a ver com o Cidade de Deus, nada de ufanismos. Estou torcendo mesmo é pela Sofia (com F, nada de PH) Coppola e pelo Bill Murray. É, Bill Murray, sim. Ricardinho está voltando e isso me deixa bem feliz. No mesmo dia que Aline se vai para BH, espero ainda vê-la antes disso. É, o trem que chega é o mesmo trem da partida.

Mas aguarde fotos da festa de despedida.

Meu pé dói. See ya.

[Tá, mas e essa foto do Gael aí?]

Para voltar bonito, oras. E a gente tá de paquera, repara aí nossa troca de olhares.






sexta-feira, fevereiro 27, 2004


BG: Sour Times, Portishead (estou muito bem, apesar desta música corta-pulsos)

Carnaval em Fortaleza, sim, e nem me olhe com essa cara. Nada de tédio, darling. Não gosto de carnaval, estou enjoada de Guaramiranga e muita gente boa ficou aqui para me acompanhar. Conheci pessoas novas e bacanas (deste mundo blogueiro teve o Raphael nº 2, por exemplo). Chata só essa reforma que parece não ter fim. Meu quarto continua inexistente. Só pude voltar (para dizer que estou viva) graças ao irmão de um amigo, que até me deixou usar o scanner, afinal sempre dependi da bondade de estranhos.

Mas isso vai acabar. Minha digital continua na assistência, mas ganhei um scanner só meu. O que significa - por enquanto - muitas fotos antigas por lá.

Por enquanto é só. Não me sinto a vontade em computadores alheios e, além de várias noites de sono atrasadas, estou mesmo com pouca inspiração. Na verdade, andei tendo umas crises chatas, como se eu estivesse perto, sei lá, dos quarenta. Muitos questionamentos, arrependimentos... Mas agora está tudo bem, provisoriamente bem. Por via das dúvidas e à título de auto-preservação, tenho evitado Clarice - a Lispector, digo antes que alguma das duas Clarisses venha tomar dores e reclamar das letras trocadas. Não sei se meu problema é excesso de racionalidade ou covardia mesmo.

Ok, ok, ok, já diria Nelson Rubens. Chegas de mazelagem, vou ver Chocolate com Pimenta, que problema quem tinha era a Bernadete e olha aí como se virou bem.

Beijo no coração! (Miss K, ainda contaminada pelos programas da Rede TV na cobertura do carnaval das celebridades - que eca!)






sábado, fevereiro 21, 2004


BG: End of a Century, Blur

Ser mulher dirigindo um carro popular numa cidade machista como Fortaleza, cheia de gente de nariz empinado é provação divina. Só pode. Se eu tivesse muito dinheiro, só andaria de táxi para não me aborrecer. Andar de ônibus na chuva também é estresse, sempre tem um mané que acha bonito molhar quem está na parada. Resumindo: eu odeio o trânsito dessa cidade. Embora adore dirigir. Sabe o que odeio mesmo? Motoristas de carros importados. Acham que junto com o carro adquirem uma licença de pode tudo. Ah, aquele povo com adesivo da OAB também.

Pois eu sou mulher e dirijo um carro popular que nem meu é. Pois bem. Ele é bravo e forte, mas às vezes me deixa na mão. Então, oficina, aquele território dominantemente masculino. O dono da oficina, que é esperto e sabe que dinheiro não tem sexo, trata todo mundo bem e treina seus empregados para atender direito também. O problema se chama outros clientes. Só porque devem ter umas esposas bobocas que não botam um pé na oficina "porque é coisa de homem" acham que toda mulher é mané. Se você está numa oficina não é por brincadeira, nem para paquerar e muito menos significa que você é uma encalhada que não tem um homem para fazer esse serviço pra você. É bom que o macharal grosso e porco aprenda. O carro "está" meu, sou eu quem dirijo, eu que vi o problema. Por que diabos teria que pedir para um irmão, pai ou namorado largar o que está fazendo para levar o carro da princesa para a oficina. Oficina é um serviço como outro qualquer e deve ser bem realizado independente do cliente.

Pois, meu amigo, você me pegou num péssimo dia. Perguntei na cara dele o que diabos ele estava pensando quando brincou de jogar o carro em cima de mim. Abusado, respondeu que o carro dele estava fumaçando. E daí, isso é motivo para brincar de matar os outros? Ele riu e disse que eu destava no lugar errado, que oficina não é lugar para madames e nem pra crianças. Como assim, mané? Eu devia ter levado um carro quebrado para a feira? Ora, faça-me o favor. O bate-boca teria ido longe, se o dono da oficina não tivesse se metido.

Mas esperar o que de uma cidade onde você estar com suas amigas na mesa de um bar significa que são todas um bando de mulheres disponíveis a procura de homem?

* * *


É raro gostar de uma foto minha, mas essa ficou muito boa (e eu fiquei bonita, oh yeah!).







sexta-feira, fevereiro 20, 2004


BG: Cheating on You, Franz Ferdinand (uma sugestão para Dado, Thiago, Marcelo, Diego...)

Como as obras acabaram atrasando, meu quarto ainda não foi completamente desmontado. Restam uma cadeira, uma mesa com computador e o telefone. Just this. Estou dormindo na sala. Parece até cena de novela: quarto grande, com cama, sofá e mesa para as refeições, além de varanda e janelão. Só falta abrir a porta de vidro, tirar o roupão, cair na piscina e ao chegar do outro lado o james me entregar o suco, madame. Tá, essa é uma das cenas de novela que eu gostaria de protagonizar. As outras são entrar no táxi e dizer "siga aquele carro" e ser calada por um beijo após a resistência do "mas, mas... não, não, nããã...". Dar tapa na cara de palhaço e derrubar tudo da mesa também deve ser bom. Oh, adoro esses clichês novelísticos... Gilberto Braga é rei.

Acabado o momento de digressão, estou aqui no meu quarto com a pouca mobília que resta. O suficiente para baixar a trilha de "Lost in Translation" (com direito a bonus track, porque não ter Peaches e Chemical Brothers na trilha original é sacanagem), o "Room on Fire", dos Strokes (é, sim, só agora) casadinho com o Franz Ferdinand (esses CDs de hoje... tudo com menos de 40 minutos) e o novo do Air.

Daí ouvindo os Strokes, pensei se estou ficando doida ou se realmente "The Way It Is" se parece com aquela música da finada banda brasileira Titãs? Aquela que diz assim "tanto faz a roupa que você usa, tanto faz qual a cor da sua blusa, faça calor ou faça frio, é sempre carnaval no Brasil". Eu achei bem parecido, assim como vejo bastante semelhança entre os acordes iniciais de "Um Par", do Los Hermanos, com "The Passenger", do Iggy Pop.

Vai ver os Titãs estão pagando pelos plágios de capas dos últimos discos...

Originalidade mesmo é isso aqui, ô rapaz!






quinta-feira, fevereiro 19, 2004


BG: Jeanne, Air et Françoise Hardy

Aí eu segui a indicação da Ana Cecília. E eu confio nas indicações da Ana Cecília, a própria mulher ciência e saúde do bem. Pois eu fui no dermatologista. Mas tenho que avisar a Ana Cecília que esse médico é muito do carniceiro, isso sim.

Cheguei lá e disse que queria melhorar o aspecto da minha pele, que é um pouco oleosa, e que tinha pequenos problemas com sudorese nas mãos quando ficava muito nervosa.

Hum-rum. Sente-se aqui. Deixe-me ver sua pele. Vamos fazer o seguinte:

além-de-um-sabonete-especial-e-um-creme-de-tratamento-você-vai-tomar-um-anticoncepcional-para-regular-os-hormônios-e-vamos-fazer-um-tratamento-com-dois-ácidos-um-bem-forte-pra-usar-de-dia-e-um-que-é-um-pouco-mais-fraco-para-a-noite-e-filtro-solar-fator-60-por-causa-dos-ácidos-e-porque-você-é-muito-mas-muito-braca-e-tem-que-usar-filtro-até-dentro-de-casa.

E isso foi assim mesmo, sem pausa para respiração ou perguntas. Agora, quem não me conhece pensa "eita, que essa menina é transparente e tem um grand canyon na cara". Mas que nada! Quem me conhece sabe que eu tenho umas três espinhas por mês durante um determinado período e que eu sou branca, mas nada que dê para assustar à noite.

Daí para o outro pequeno problema, ele diz que pomada não presta e que botox é caro, mas aconselha algo bem simples: uma cirurgia.

é-simples-demais-você-vai-para-o-hospital-e-toma-uma-anestesia-geral-o-médico-faz-dois-cortes-nas-axilas-mais-ou-menos-de-um-centímetro-no-primeiro-ele-coloca-uma-microcamera-para-acompanhar-o-procedimento-cirúrgico-e-no-outro-ele-vai-com-o-bisturi-até-a-coluna-cervical-e-arranca-as-glândulas-aí-faz-o-mesmo-do-outro-lado-e-dois-ou-três-dias-depois-você-está-em-casa.

Anestesia geral, dois dias de internação e bisturis cavucando minha coluna. Muita simplicidade, realmente.

* * *


_ VOCÊ NÃO FALA COMIGO.
_ FALO SIM.
_ VOCÊ CHAMA DIZER "OI" DE FALAR?
_ E NÃO É?
_ NÃO, NÃO É. VOCÊ ME IGNORA!
_ VOCÊ ME TRATA MAL!
_ VOCÊ MUDOU O JEITO DE ME TRATAR E FINGE QUE NÃO ME CONHECE...
_ VOCÊ É QUEM MUDOU. E NÃO É MAIS AQUELE QUE EU CONHECI.






terça-feira, fevereiro 17, 2004


Lembro tanto do dia em que o André me disse que se você tem algo em mente, bote em prática antes que alguém o faça. Não digo de cópia, cópia não é, apenas alguém que teve a mesma idéia e pulou primeiro. Estou chateada, sim. E peço a quem sabe do que estou falando que se abstenha de comentários. Por favor. Nos falamos pessoalmente. É isso.

* * *


Por que não?
Porque não.
Ôxe! Dá um motivo!
PORQUE EU TENHO MAIS O QUE FAZER DA MINHA VIDA
...
TIPO TIRAR MINHAS CUTÍCULAS DO PÉ.
Afe, não pergunto mais é nada...

Hum, tá, posso não ter sido delicada. Mas é que de hoje em diante vou modificar o meu modo de vida e só vou gostar de quem gosta de mim. E isso inclui lugares. Tá, meu bem?






segunda-feira, fevereiro 16, 2004


Vi no blog do Raphael nº 2 que a Barbie e o Ken vão se separar. Tal furo de reportagem teria sido da Veja.

Será que Ken não gostou de saber que Barbie posou nua?

* * *


Amarílis, dá uma olhada nesse artigo da Patrícia. Eis uma mulher que se recusa a ficar confinada ao Chico da Cueca!






O encontro de Jay-Z com os Beatles

O negócio é o seguinte:

Tem o Black Album, do Jay-Z ("Got me looking, got me looking so crazy in looooove").
Antes dele, tinha o White Album, dos Beatles.

Pois um tal de DJ Danger Mouse pegou as vozes do primeiro e mixou com as músicas do segundo. O resultado é o Grey Album.

Como era de se esperar a EMI já está processando o cara. Tarde demais, já virou celebridade elogiada pela mídia e tals.

Dá para baixar aqui.

* * *


Na última semana, descobri que martini não embebeda seu ninguém (mó bebida de mulherzinha), que quem canta "Hey Ya" é um tal de Outkast (e que ganhou variados Grammy), que o Fotonovelas está com nova história (que me lembra a dica de fotolog tosco que o Piuí me passou), que médicos podem ser muito chatos (principalmente quando se acham os seres mais iluminados da face da Terra), que meus cabelos cresceram muito rápido (mais de quatro dedos em dois meses), que minha lente criou fungos (e que eu posso ter uma úlcera ocular!). Ou seja, nada muito relevante mesmo.

* * *


As atividades deste blog seguirão um ritmo anormal essa semana. É que minha mãe inventou uma pequena reforma no meu quarto, com mudança de piso, pintura e bla bla blas... Portanto, o computador ficará desligado por tempo indeterminado.

* * *


Devo passar o final do teu belo início de texto, Daniel, apenas na próxima semana. Obrigada pela oportunidade de colaborar com tão sensível (no melhor dos sentidos, por favor ;]) autor.

Isso me lembra os melhores inícios de livros que já li. Dois deles, com certeza, são "Lolita" e "A Metamorfose". Na minha opinião, o primeiro parágrafo pode ser mais importante até do que o final; o leitor é preso pelas primeiras linhas.






quinta-feira, fevereiro 12, 2004


[Post provisório, amanhã quando tiver tempo e computador disponível, comento o filme]

Foram R$ 16,00 muito bem gastos na última semana.
Cinema, um dos poucos lugares onde a ausência de uma companhia não é ruim.


[Ostalgie]






Não me sinto bem com vigias e juízes.

Sem preconceito de classe. Sentido figurado.






Os jornais daqui cortaram a imagem, mas a Folha publicou a foto inteira. Ao lado do Berzoini com a maior cara de assustada e fugindo dos respingos de torta... a primeira-dama do The People.

* * *


Essa eu peguei do Ismael. Ele, por sua vez, pegou da Cora.

"
É um release de um desses famosos, essa praga criada pela revista Caras e disseminada por publicações como o tal de Buchicho:

À Acessoria de imprensa de BERNARDO LANGLOTT, 20 anos, Empresário do Ramo Joalheiro, modelo, ator e padrinho da cadelinha Perepepê, da socialite Vera Loyola, destaque de inúmeras revistas de celebridades e colunas sociais, informa aos prezados jornalistas que, BERNARDO LANGLOTT está namorando a musa do carnaval QUITÉRIA CHAGAS, 23 anos; Rainha da Império Serrano. Quitéria já roubou a cena nas vinhetas de carnaval da Globo, nos humorísticos "Zorra Total" e "Turma do Didi" e na novela "O Clone".

BERNARDO LANGLOTT como um homem apaixonado está presenteando sua amada com a fantasia que a musa desfilará no carnaval de 2004.

Seguindo o estilo irreverente de BERNARDO LANGLOTT a fantasia terá um grande detalhe, será toda em ouro 18k. Um mimo, coisas de LANGLOTT!!!!

Desde já agradecemos aos prezados jornalistas e para maiores informações, BERNARDO LANGLOTT estará a inteira disposição dos senhores.

SARA MANCEBO.
ACESSORA DE IMPRENSA

PS1: Tenho impressão que essa tal de Sara Mancebo faria muito sucesso como repórter da TV Diário.
PS2: O mundo tá mesmo se acabando. Já tem até um jumento que se orgulha de ser padrinho de uma cachorra.
(E uma burra que não vê o menor problema em "acessorar" um jumento! - Mariana Tamas)
"






quarta-feira, fevereiro 11, 2004


Ricardinho
olha, estou aqui torcendo muito, mas muito mesmo, pelo seu sucesso.
como você mesmo diz, deus está com você. já que o ex-padre zeca diz que deus é 10, portanto...

espero as boas novidades para breve.
beijo.






Naquele evento multi-performático da noite torrencialmente chuvosa de sábado, Oswald Barroso se levanta e pergunta:

Quem é este rei de tez encardida e passos graciosos?
Quem é que sem níquel algum no bolso está em todas festas?


Ora mais! Vai dizer que tu nunca ouviu falar no Ricardo?






terça-feira, fevereiro 10, 2004


Alguém sabe me dizer se presta o tal do "The Pub"?






O que eu preciso nesse momento é escutar a versão de Tati Quebra-Barraco para "Frank Sinatra", da Miss Kittin.

Você conhece o Roberto Carlos?
A mulher dele morreu... hahahaha!!! Morreu.






:: Palavras ásperas ainda me magoam. Seja num blog alheio em forma de metáfora e cheio de codinomes, seja pelas minhas costas, seja num e-mail de uma carola desaforada.

:: Centro de Tratamento e Embelezamento de Automotivos. Na garagem do Shopping Aldeota. Deveria mandar para o Zé Simão.

:: Ia escrever sobre a trilha de "Encontros e Desencontros", que acabei de baixar. Abro minha caixa de e-mails e Flavinha me mandou esse texto do Arthur Dapieve, do No Mínimo. Não tenho mais nada a dizer.

:: Li no jornal (já tinha visto naquela coluna do ex-secretário) que a Idilva Germano finalmente gravou um CD. Ouvi-a cantando em duas oportunidades: no Festival de Guaramiranga e no Centro Cultural Oboé. Não bastasse ser bonita e cantar bem, ainda é simpática, conheci-a muito rapidamente através da Liliana, que foi orientada por ela. Sempre quis perguntar como ela tinha tão boa dicção mesmo usando aparelho.

:: Eita, pelo que vi no Correio vai dar tudo quanto é fa-fe-fi nesse concurso. Mas, como diz Ricardinho, Deus é mais.






domingo, fevereiro 08, 2004


Imagine...

Então você coleta um monte de dados para o livro, faz entrevistas, pega depoimentos... A ninharia que vão te pagar, você recebe com quatro loooongos meses de atraso. Mas você releva.

Aí, numa bela noite, o livro é lançado num festão no Ideal Clube, e não te mandam um convitezinho sequer. Pior: nem uma edição do livro para você comprovar o seu currículo.

Muita consideração.

Junte-se a isso que você ainda não recebeu o seu pagamento referente à dezembro. Aquele mesmo mês, sabe, em que todo mundo, ainda no comecinho - lá pelo dia 5 - recebeu salário + 13º.

O que você sentiria/faria/diria?

Sim, isso mesmo. O plano do cotocão segue adiante, mais firme e forte do que nunca.






Quando eu era criança, gostava de invadir o quarto do meu irmão na surdina, assim que ele saía de casa. Pegava os discos (é, fui uma criança do tempo do vinil) e ia ouvindo. De umas coisas gostava; de outras, não. Assim, fui construindo o meu gosto musical... um Chico que a mamãe ouvia aqui, um disco do REM ali. Mas nunca gostei de Gonzaguinha e nem de Dire Straits, que aqui se escutava à exaustão. Desde cedo fui filtrando, exercendo meu senso crítico, do qual jamais abrirei mão.

Acho que é isso que ainda falta às pessoas no que diz respeito ao acompanhamento da crítica ou resenha musical. Faço parte de algumas listas de discussão sobre música e cultura pop/alternativa/indie (e não vamos aqui discutir o sexo dos anjos para a definição desses termos, s'il vous plaît) e o que vejo é idolatria ou execração a alguns jornalistas de música e bandas/artistas em evidência.

Do tipo "O Lúcio Ribeiro comentou na coluna dele, então não vou mais escutar". Ou "Oh o Lúcio Ribeiro elogiou que só, vou comprar o CD". Não apenas o Lúcio Ribeiro, mas vários outros. Peguei o nome dele apenas por ser, com certeza, o mais amado/odiado (pelo menos nas listas de discussão). Mas se quiser pode substituir por Álvaro Pereira Júnior, André Forastieri, o caralho de asas...

Em ambos os casos, posso dizer que não conheço ignorância maior. Consumir ou deixar de consumir um produto qualquer não deveria passar pela questão "é hype ou não é?". Particularmente, não me importo se uma música do Coldplay toca ou não na novela da Globo (aliás a trilha da Casa dos Artistas no SBT trazia músicas ótimas) ou se aquela obscura banda da Escócia foi descoberta pelo mainstream e vai gravar com uma major e fazer uma mega-turnê pelos Estados Unidos. Isso não me faz gostar mais ou menos de referida banda.

Interessante observar que os grupos se formam nítidos. Quem diz que não gosta de Kings of Leon não gosta de nenhuma outra banda que seja hypada, como The Thrills, Elefant, Darkness ou LCD Soundsystem. Já quem gosta, gosta de todas ao mesmo tempo. Por mais que seus estilos sejam completamente diferentes entre si. Não estou dizendo que não se pode gostar de coisas completamente diferentes, entenda. Mas muitas vezes creio que as pessoas que xingam ou elogiam sequer ouviram os trabalhos de tais bandas. Ou ouviram com ouvidos já domesticados.

Óbvio que existem casos em que bandas se deixam moldar por regras de mercado e acabam sofrendo uma queda de qualidade no seu trabalho. Mas também tem os casos opostos, como o Radiohead. Goste-se ou não de "Kid A" e "Amnesiac", ninguém pode negar que a banda seguiu com sua coerência musical e gravou dois álbuns que poderiam ser considerados até suicídio comercial. Isso após o estrondoso sucesso de "The Bends" e "Ok Computer" tanto entre a crítica musical quanto com os fãs. O Radiohead estava no mainstream, mas não se dobrou a ele.

Direito todo mundo tem de gostar ou não dos rumos musicais de uma banda, mas, infelizmente, o que vejo é que as pessoas se deixam levar mais pela ânsia de estar antenado ao que está acontecendo. Ou de estar um passo à frente. Ou ainda metido nos subterrâneos se remoendo de ciuminho besta daquela banda que até um mês atrás só ele conhecia. Bullshit todos. Deve-se escutar música pelo prazer que ela te dá. Ela, a música em si, não a aparência que ela vai te impregnar perante os amigos.

Minha relação com os jornalistas de música é a mesma que tinha há dez, quinze anos com minha família e que mantenho até hoje com meus amigos: coleto sugestões e opiniões. Escuto e julgo por mim mesma. Uso como um guia de informações. "Você já ouviu falar de banda tal? Vai estourar este ano" ou "Banda tal é o maior lixo que já ouvi". Não me importo, vou atrás de ouvir Banda tal e tirar minhas conclusões. Assim, posso dizer que gosto de "Mistery Girl" das Yeah Yeah Yeahs, mas não gosto da banda como um todo. Posso dizer também que sou apaixonada por White Stripes e que não escuto The Vines (só a versão dos gatinhos alucinados). Só para ficar em três exemplos de hypes do ano passado.

Por isso, o melhor mesmo ainda é fazer como na minha adolescência e botar o disco na vitrola. Ahn??!! Tá bom, apenas maneira de dizer, mas você entendeu: baixar em mp3, alugar o DVD ou pegar o CD emprestado do amigo. Ouvir, ouvir, ouvir. E simplesmente gostar ou não. Independente de quem mais gostar.

Caso contrário, a indústria e o jabá agradecem.

[Sei que essa questão é bem complexa e rende muita discussão, mas ninguém tem paciência para textos longos. O assunto não morreu e volta outra hora]

PS: Isso não vale apenas para a música.






sábado, fevereiro 07, 2004


O fotolog está um saco. Abri uma conta no Buzznet, que é muito mais bacana.






quinta-feira, fevereiro 05, 2004


Entre milhares e milhares de pedidos, Charlotte sutilmente amarra também seu papelzinho. Embora não se saiba o que ela pede, não há quem não torça para que realize seu desejo. Entre milhares e milhares de pessoas, Charlotte se esforça para superar a solidão da grande e estranha Tóquio. Embora Bob não seja perfeito, não há quem não torça por eles.



Com incrível sutileza, os personagens e seus sentimentos vão se revelando. Não há arroubos de paixão, derramadas declarações ou loucuras, mas apenas um amor sublimado. Um amor comum, tão comum quanto as rugas de Bob ou as pequenas celulites de Charlotte. Uma boa definição foi a do Érico Borgo, do Omelete: é uma história de amor, mas sem romance. Apenas o encontro de duas pessoas perdidas na cidade e distantes de si mesmas. Ela não sabe que caminho seguir, ele já seguiu e não gosta de lembrar.

O Japão, cenário da história, também é um país em conflito entre a tradição e a modernidade, tão bem retratadas no enredo e na fotografia. Ao contrário do que possa dar a entender não é um filme completamente triste, pelo contrário, traz momentos impagáveis, como as gravações do comercial de whisky que levaram Bob a Tóquio ou sua participação em um talk-show local. É melancólico.

O grande lance para se gostar do filme é tentar descobrir que barreiras vão além das idiomáticas e se deliciar com as sutilezas espalhadas por "Lost in Translation". Dois exemplos: no hospital, quando os papéis se invertem e Bob é quem é o alvo do idioma. Ele não sabe que está fazendo papel de ridículo. Nós, os espectadores, percebemos, mas não conseguimos explicar, já que também não sabemos o que está sendo dito. Uma boa e sutil pegadinha. Ou ainda ao final quando continuamos na ignorância, sem saber que palavras eles trocaram.

Como a Patrícia disse hoje em sua resenha, eu torço para que seja um "Até mais".

Confesso que estou apaixonada por Bob, Charlotte, Sofia, Jesus and Mary Chain, Air... Até pelo japa de cabelos oxigenados do freak-show televisivo.








Só agora fui saber disso.






quarta-feira, fevereiro 04, 2004


BG: Keep it a secret, Jay Jay Johanson

Depois do declínio, as invasões. Para realizar "As Invasões Bárbaras", o canadense Denys Arcand parte do fim. O fim de um império, das ideologias e da própria vida.


[Les Invasions Barbares: porque o novo sempre vem]

Assim como em "O Declínio do Império Americano", Arcand usa contextos históricos como pano de fundo (e analogia) para suas ações. O drama pessoal de Rémy é a representação das mudanças como um todo: a desconstrução das ideologias (ou a desilusão com todos os "ismos", como é dito no filme).

O professor Rémy reaparece, desta vez com uma doença terminal e internado num hospital público superlotado (ele que lutou pela nacionalização dos hospitais). O filho Sébastien, operador financeiro em Londres, retorna a pedido da mãe para proporcionar ao pai mais conforto em seus últimos dias. Sua função inicialmente utilitária torna-se também emocional com a redescoberta da afeição mútua entre pai e filhos (a outra é Sylvanie, que está no meio do Pacífico).

Tinha tudo para ser um clichezão, mas Arcand se safa muito habilmente da armadilha e faz um filme comovente (eu mesma morri de chorar) e íntegro. O choque entre o senhor idealista e o filho antítese de tudo em que acreditou é inevitável. Mas não é apenas Sébastien, que com seus milhões antes dos trinta compra tudo. O sindicato é corrupto, a polícia está sem rumo, a igreja não tem mais adeptos, a maior potência do mundo foi atacada. Nada mais é como antes. E quem se importa? A juventude, exaltada no primeiro filme como exemplo de perpetuadora dos ideiais, aqui é incompreendida e - por que não dizer? - invejada.

Arcand usa o filme e o conflito de gerações para questionar a eutanásia, a descriminalização das drogas, o holocausto indígena na América Latina, o neoliberalismo e toda uma série de valores em uso e desuso.

Um filme para pensar. Em si e no mundo.






BG: White Trash, Junior Senior (corrigido, embora Sonic Junior seja muito bom também)

Alguém conhecia a existência desse prêmio que foi concedido a um brasileiro?






terça-feira, fevereiro 03, 2004


BG: Our Love Is Here To Stay, Ella Fitzgerald

Não sou a Xuxa, mas começo a acreditar em duendes. Acho que eles não apenas somem com as nossas coisas como também as deixam por aí em casas alheias. Ontem, mexendo em uma bolsa que há muito tempo não uso (detesto essas bolsas sociais de couro) para dá-la à minha mãe, encontro um par de brincos. Umas argolas compridas, largas e prateadas. Um tipo de brinco que você jamais me veria usando (nem mesmo com a tal bolsa que você provavelmente também nunca presenciou em meu ombro). Quem conhece minha mãe e minha irmã sabe que esses brincos também não poderiam ser delas. Mesmo assim, perguntei. Não são. Também não é da minha cunhada e de nenhuma das minhas amigas mais próximas. Diabos, eu olho para esse par de brincos e não consigo lembrar de jeito algum de onde surgiram. Não lembro nem quando foi a última vez que usei tal bolsa, acho que faz mais de um ano.

Portanto, se você há mais de um ano me deu um par de brincos para guardar e nunca mais pediu para devolver, se manifeste. Eles ainda estão aqui.

Acho que essa hipótese é mais plausível do que a dos duendes "deixadores" de pertences ou aquela outra que afirma que a bolsa fez a gênese de um par para ela, já que sentia falta de outros acessórios plays no armário.






BG: They Can't Take That Away From Me, Ella Fitzgerald

Semana cinematográfica
Hoje: "As Invasões Bárbaras"
Amanhã: "Encontros e Desencontros"
Quinta: "O Senhor dos Anéis" (agora, que eu vi os dois primeiros, eu vou)

Mas ainda preciso de companhia para ver "21 Gramas". Quer dizer, precisar não precisa, mas seria bom.






segunda-feira, fevereiro 02, 2004


BG: Regret, New Order

É incrível como apenas cinco minutos de chuva são suficientes para transformar Fortaleza no caos. Indo para a casa do André, a esperta aqui pensa que está fazendo um negoção pegando a Leonardo Mota para evitar a Des. Moreira. Tolinha... E ainda teria de pegar a padre Antônio Tomás. E eu começo a pensar que mamãe tem que reconsiderar aquela hipótese de morar no Papicu. Até simpatizo com o bairro, mas além das histórias de violência, ainda tem as muriçocas (pernilongos, para os sudestinos - gostou?). Sério, tô me coçando até alma. Por um instante tive medo que elas me carregassem. E é porque é área nobre...

Acho que as pessoas andam muito mal humoradas. Na volta, só porque eu cantarolava alegremente a versão long extended de "Boys Don't Cry" (seis minutinhos) dirigindo sozinha em meio à chuva, vários motoristas me encaravam. Ora mais, estou num engarrafamento, no meio do dilúvio e com o estômago roncando, ainda tenho que fazer cara de triste? Na verdade, até andei triste por esses dias com os estragos que a chuva fez na vida de tanta gente e é impossível não pensar nisso quando os primeiros pingos começam a molhar o asfalto.

Mas contraditoriamente tenho achado meus dias tão ensolarados ultimamente. Os mais chatos e otimistas ao extremo dizem que eu devia agradecer só por estar viva. Mas melhor do estar viva é sentir-se viva.

Vai ver é por isso que não sinto esse frio que as pessoas tanto têm falado por esses dias em Fortaleza.

PS: Não há porque chorar por um amor que já morreu [Ando tendo vários momentos mariaritahermânicos. E dou de ombros para quem achar ruim, seja o momento ou a referência]






BG: Say Hello to the Angels, Interpol

Sabe aquele post meloso sobre os amigos? Na verdade, eu quero é fazer uma social e garantir minha imunidade. Porque eles são (nós somos) muito cruéis. ;)

Quando se ri de uma coisa é porque está superada (ou em processo)?

Senti falta de algumas pessoas nos Hermanos.

PS: Mas o que somos todos nós?






domingo, fevereiro 01, 2004


Um PS:

Meu coração já se cansou de falsidade...

Talvez seja por isso que eu tenho tanto medo

E é pra não ter recaída que não me deixo esquecer






O artigo da Thaís.

Estava lendo sobre, agora lá no blog do Daniel. Como eu disse, tive vontade de recortar, xerocar, meter em envelopes e remeter para metade das pessoas que eu conheço. Tipo esse povo que pede chuva só para sentir uma centelha londrina. A cada dia, fujo mais dos mudernos e intelectualóides.

Oh, tinha esquecido. O link.






A Maria Rita

Como o ingresso do show da Maria Rita me custaria R$ 8,00 (meia entrada + desconto Visa + ajuda de custo materna), me decidi a ir. Descontadas farpas e confetes, foi bom. Pelo preço que paguei. Por R$ 70 reais, nem a pau.

O show foi bom, mas a produção foi péssima. Mais uma vez, bato na tecla do preço, mas é porque merece. O BNB nem de longe oferece uma estrutura decente para um show desse porte. O palco é patético de pequeno, as telhas (zinco? amianto? não sei) transformam o lugar numa estufa, um horror, desorganização na entrada e um monte de outras coisinhas. A mais grave de todas, em se tratando de um show: acústica.

Tomara que não chova hoje, se não ninguém escuta nada do show dos Hermanos, só o barulho da água sobre aquelas malditas telhas.






on-line





eu e meu ego

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