quarta-feira, fevereiro 26, 2003




Até logo, espero...






segunda-feira, fevereiro 10, 2003


Uma das melhores coisas a se fazer em uma tarde de ócio é pegar o ônibus e descer no Centro da cidade. Bater perna, entrar nas lojinhas, seguir pelas galerias, fuçar as ofertas. Nessas andanças, entre uma loja de CDs e uma banquinha de camelô, me emburaquei numa dessas lojas de besteirinhas do Centro, das grandes, que vende de aplique para cabelo à leque e plumas. Lá pelas tantas, vi um pingente lindo, bem baratinho, só um real e pouco. Jurava que era um anjo - eu gosto de anjos - comprei e trouxe para casa. O cordão é que era feinho, um barbante preto, tão sem graça... Achei nas minhas gavetas uma tirinha de cetim preto, daquelas que a Riachuelo e a C&A usam para pendurar algumas blusas no cabide e que ficam saindo por baixo do braço se não são cortadas. Substitui o barbante opaco pelo cetim brilhoso. Ficou lindo meu anjo pendurado na fita!!!

Aniversário da Bina. Arrumo meu traje com esmero, escolho as bijouterias e me olho no espelho grande da mamãe. Mas ainda falta algo... Ah, sim! O pingente com o anjo caíria perfeitamente sobre este corpinho vestido de preto! Corro no quarto e pego o cordão, envolvo o pescoço e arremato com um gracioso laço. Chego toda contente na sala e pergunto à mamãe o que ela achou do meu pingente de anjo. Ela me olha com estranheza e pergunta: "Anjo? Tem certeza?". "Claro, mãe! Se não é anjo, é o quê?", replico já abusada. Ela então ri da minha ignorância religiosa e me diz que estou carregando no peito a santa da moda, Nossa Senhora Desatadora dos Nós.



É, aquela que a Sônia Abrão fica falando no programa do SBT e cuja imagem ela vende em umas jóias com a própria assinatura. Nada contra a santa, mas Sônia Abrão - gente, a SÔNIA ABRÃO! - promove a santa, e é como se fosse uma artista. Sem falar que a expressão "santa da moda" me causa uma estranheza. Até para a fé há modismo agora?! Nã...

Tá bom, tá bom... a santa não tem nada a ver com isso. Além do mais, estava realmente muito bonitinho o meu cordão com anjo, ô Nossa Senhora Desatadora dos Nós, que diga. Vai que a santa caiu nas minhas mãos por um desses recados divinos a que chamamos de acaso. Afinal, são tantos os nós na minha vida... Haja trabalho pra Nossa Senhora! Eu já estou com a mão em calos de tentar desfazer esses nós tão complicados, uma ajudazinha divina caíria bem...

Mas é fato que até agora nada se resolveu, e os nós estão é mais complexos e apertados. Mas não é ineficiência da santa.

Minha mãe é que tem a resposta:

"Nossa Senhora não vai fazer nada enquanto você ficar usando a pobre nesses decotes tão desavergonhados!
Tenha respeito!"






Eu fico muito puta com meus coleguinhas de francês que só querem saber de Celine Dion. Além de ter aquela voz, a criatura ainda tem um sotaque canadense que mata qualquer música. E as músicas são muito ruins. Blé!

Eles ficam reclamando quando a tia leva "Ne me quitte pas", "Que c’est triste Venise" ou "Non je ne regrettre rien", os clássicos de la chanson française. Dizem que são músicas muito tristes, depressivas...

Pois bem, acho que vou levar um CDzinho do Stereo Total para a aula...



L'AMOUR À TROIS
(F. Cactus/v. Finsterwalde)

moi ce que j'aime
(o que eu amo)
c'est faire l'amour
(é fazer amor)
spécialement à trois
(especialmente à três)
je sais c'est démodé
(eu sei que é fora de moda)
ça fait hippie complet
(isso é completamente hippie)
mais je le crie sur les toîts
(mas eu grito sobre os telhados)
j'aime l'amour à trois
(que eu amo o amor a três)

moi ce que j'adore
(o que eu adoro)
c'est les petites caresses à 4 mains
(são as pequenas carícias a quatro mãos)
si l'un des deux s'endort, l'autre s'occupe de moi
(se um dos dois se cansa, o outro se ocupa de mim)
ouh! voilà l'amour à trois
(ouh! pois eis o amor a três)

ouuuuuh... j'aime l'amour à trois...
(ouuuuuh... eu amo o amor a três)

moi ce que j'aime...
(o que eu amo)

c'est sexy, extatique
(é sexy, extático)
crazy, excentrique
(louco, excêntrico)
animal, romantique
(animal, romântico)
c'est communiste!
(é comunista!)

ouuuuuh... j'aime l'amour à trois...
(ouuuuuh... eu amo o amor a três)
vive l'amour à trois!
(viva o amor a três!)






Medo de com a minha impetuosidade ter dito, escrito e/ou feito besteira.






domingo, fevereiro 09, 2003


Na Cultura, o ex-colega de inglês diz que perguntaram por mim:

Ele: _ Sabe quem perguntou por ti? O Marco.
Eu: _ Ah, foi!? Como ele está?
Ele: _ Se formou. Mas sabe o que eu achei engraçado? O jeito como ele se referiu a você, não entendi.
Eu: _ Ahn?
Ele: _ Ele não lembrava do teu nome. Perguntou assim: "Cadê aquela tua amiga? A ruivinha. Aquela dos olhos vagos."


Olhos vagos? Meu Deus, isso é bom ou é ruim?






"A linguagem é uma pele: esfrego minha
linguagem no outro. É como se eu tivesse palavras
ao invés de dedos, ou dedos na ponta das palavras.
Minha linguagem treme de desejos".

(Fragmentos de um Discurso Amoroso – Roland Barthes)






Como as chances de eu ficar em São Paulo são pequenas, penso em fazer outro vestibular caso eu tenha mesmo que continuar por aqui. Penso seriamente em dois cursos que estavam no meu leque de opções quando escolhi o Jornalismo: Letras e Estilismo e Moda. Arquitetura não, que tem muita Física. Psicologia também não, porque eu nunca vou me sair bem numa específica de Biologia.

Letras ou Estilismo e Moda. Tudo a ver, não?










sábado, fevereiro 08, 2003


Estavam na mesma casa: ela na cozinha, ele na sala. Naqueles tempos, as paredes eram ainda mais largas, os espaços mais amplos, a separação maior. Talvez ele nem ouvisse o arrastar das sandálias dela no ambiente ao lado. Se todas aquelas mulheres conversavam em voz alta sem reclamações do patrão é porque nada devia ser percebido passando da porta. O único contato era quando ela ia servir à mesa, sempre calada, o semblante sério. Mas dava para perceber que a cabocla era bonita e tinha um jeito de olhar inconscientemente sedutor.

Ele passou a espiar a moça e, entre uma espiadela e outra, dirigiu-lhe a palavra. Espanto dela. Dali foram flores, presentinhos, tudo muito escondido. A fazenda por sua extensão nem os fez procurarem esconderijo. A paixão foi crescendo, a cada dia um novo presente, uma nova promessa. A mãe da menina a aconselhando a não cair na conversa do rapaz porque coisa boa ele não havia de querer. Imagine se ele ia honrar compromisso com ela! Até que um dia foram pegos pelo pai dele, que não gostou nem um pouco.

Quer dizer, à princípio não se importou pensando ser pura diversão, mas quando soube que o negócio era sério proibiu que os dois trocassem um olhar que fosse. Pegou o rapaz pela orelha e levou até a capital pra ver se lá ele esquecia essa história, se divertia-se com outras moças e arranjava uma boa pra casar. Tá bom, ele foi. Mas não ficou muito tempo. Voltou escondido uns dias depois.

Ficou olhando a moça de longe. Pensou em escrever-lhe um bilhete, mas lebrou que ela não sabia ler. Deu um jeito (não sei como, essa parte não foi contada) de avisá-la para estar pronta tal hora da noite com sua malinha que ele iria passar lá. E que não se esquecesse da certidão de batismo. Passou lá no meio do escuro e pegou a moça. Botou a cabocla no lombo de um cavalo e partiram. Pararam no meio do caminho e casaram numa igrejinha. Agora ela entendia o porquê da certidão de batismo. Acho que deve ter respirado aliviada.

Depois de alguns dias, resolveram parar. Fundaram uma cidade bem pequenininha, um lugarejo chamado São Joaquim do Monte, em Pernambuco.
Tiveram 18 filhos, 9 vingaram.
No meio deles, meu pai.

* * *
Na realidade, todo mundo tem uma história folhetinesca para contar porque clichê é mesmo a vida. Dizem que eu gosto de romantizar tudo, mas é totalmente justificável. Senão vejamos a minha origem. Nem falo da romântica, intensa e dramática Miss Koltrane, mas da mais antiga, a persona primeira, Mônica. Ou essa história dos meus avós não é novela pura?

A história da minha outra avó também é desse tipo. Depois eu conto.






Pensando seriamente em dar a louca e mudar radicalmente o tema da monografia. Acho que quando tudo começa a dar errado é melhor pensar em outra coisa porque a primeira deve estar é com urucubaca. Além do mais, meu irmão teve uma idéia de tema que muito me agradou. E coloquei como uma determinação concluí-la até maio. Ou antes.

Gostaria de ter a mesma força para outras resoluções na vida.






A constatação é de que ser cafuçu dá ibope.






Eu também não entendo o porquê, mas acho que no seu teste daria F-30.






Editado sobriamente às 15h21 de sábado, dia 8

Computador alheio
A MicroMax (guarde esse nome!) é a pior coisa existente e meu computador ainda esta longe da mãe, mas minha irmã saiu pra namorar que nem é besta e eu pude fugir pra cá.

* * *
Parabéns, Bina.
Parabéns, PA.
Tudo atrasado, mas espero que ainda possa valer. Amo vocês.
P.A, some não.
Bina, brigada por tudo mesmo.

* * *
A minha ex, eterna e terna chefe é a chefe que eu pedi a Deus. Porque ter uma chefe que é amiga é muito bom. Melhor só se a Denise trabalhasse com a gente pra nos fazer rir zilhões.

* * *
Eu queria ser inteligente, interessante e engraçada como o Wellington.

* * *

Amanhã reescrevo tudo de um modo mais decente.






quarta-feira, fevereiro 05, 2003


Arrependimento pode até não matar, mas dói. Na alma.






Desempregada.
E desesperada.

again






segunda-feira, fevereiro 03, 2003


O comentário que virou post:

É meio complicado tentar falar de uma realidade que não é a nossa porque, por mais que se diga, não é. Sofremos as consequências dela, é verdade, mas creio que não passa nem perto do que as pessoas dali vivem. Até onde sei o MV Bill é um morador da Cidade de Deus e uma liderança bastante respeitada lá, além de desenvolver um trabalho com o Hermano Vianna que deve ter trazido mais benefícios do que esse filme, que deu retorno (dinheiro, prêmios, status) mesmo apenas ao Fernando Meirelles, à Katia Lund e seus produtores. Para mim, a exacerbação da realidade (como a quadrilha de garotos) não passa de um artifício para atrair audiência fascinada pela violência. Não deixo de vê-lo como um filme irresponsável pois não penso que arte deva ser descompromissada, não sempre. Cidade de Deus para mim não é nada do que se pretende, nem arte, nem documento, nem estudo social. Talvez seja apenas cinema com algumas qualidades, mas vejo-o mais como uma grande propaganda às avessas ou um videoclipe bem orquestrado. De qualquer forma, acho que só podemos falar mesmo depois de ouvirmos o que o MV Bill tem a dizer. E acredito que apenas o fato de levantar um debate e discutir o que até então era tratado como indiscutível (Cidade de Deus ser considerado uma obra-prima do cinema nacional) já é um aspecto louvável desse manifesto do MV Bill. Esperemos.

* * *
E, por favor, alguém me explique como a Cidade de Deus que é uma planície no início do filme se transforma num morro cheio de ladeiras. Não me venham com a desculpa de licença poética.






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