quinta-feira, novembro 27, 2003
>>> Hoje, tive muita (mas muita mesmo) vontade de descer do carro e ir perguntar ao motorista que estava na minha frente o que diabos ele tinha na cabeça. Do lado esquerdo, um adesivo dizia "Amo minha esposa"; do lado direito, outro brandava "Amo meu marido". No meio, o casal feliz optou por colocar um que dizia algo mais ou menos assim: "AIDS = Castigo de Deus à infidelidade".
Como alguém pode acreditar (e difundir) tamanho absurdo?!
>>> Amanhã tem festona com muitos aniversariantes. Sou convidada de Helênica.
>>> E o barraco do João Gordo com o Dado Dollabela, hein? E o Clodovil entrevistando a Sabrina do BBB?
segunda-feira, novembro 24, 2003
Auto-conselho para mim mesma, Koltrane, e mais ninguém
[sendo bem redundante mesmo porque às vezes é necessário]
Fale menos. Quando for falar, pense antes. Se mesmo assim a língua coçar, olhe quem está ao redor. E certifique-se de que você não está falando de ninguém que está bem ali, na outra sala. Ok?
[não adianta, eu não aprendo]
[eu juro que em certos momentos da minha vida eu fico só esperando que toque aquela musiquinha do Seinfeld]
kablog, conto com você.
* * *
Só mais uma coisinha: visitem o site dos Malvados.
Ando sem tempo para blogs. Portanto não se chateiem com a minha ausência de comentários por aí. Tento, no fim de semana, atualizar minhas leituras virtuais. Mas nem sempre é possível. Sei lá, meio que se acabou o frisson. Ando topando com tanto blog inútil por aí...
[no names, no names]
Passo por aqui hoje só para dizer que
... jamais verei alguém com uma camiseta do Che Guevara sem esboçar ao menos um risinho. Veja o filme do Casseta e Planeta e entenda o porquê.
... fiquei muitíssimo curiosa com o panfleto de inauguração daque boite que prometia um show inédito: Deborah Soft em cima de um leão. É, leão.
... que não sei pra quem torcer na final do prêmio Esso regional. A equipe do OP está concorrendo com uma matéria da minha cunhada no DN. Ambos concorrem com o jornal A Tarde da Bahia.
... mas que na categoria primeira página NACIONAL nem tenha dúvidas: Gil bi-campeão! E faço minhas as palavras de Ricardinho: "Digo sem medo, o Gil é o melhor, o melhor designer gráfico desse País".
... tem uma menina de 14 anos que deve ter um pai muito rico que bancou a publicação em papel de seu "bloguinhuuuu", onde ela conta o quanto está "aPaiXonaDa PeLu NaMorAdu".
... tenho tendência a gastrite, diabetes e problemas de fígado. Mas continuo tomando café, comendo muito chocolate e bebendo umas cervejas por aí. E talvez ainda enterre todo mundo.
... taí o
link, então, para o meu pedaço de pretensão.
... o livro caiu às minhas mãos por um acaso e chorei muito ao ver que a história termina bem diferente da estória [embora hoje já não exista a diferenciação formal, eu ainda a adoto. tradição]. Certas pessoas têm um poder de edição surpreendente. Fiquei enganada meses. E, não, a culpa não é sua, caro J. Já te conto.
sábado, novembro 22, 2003
BG: Can't Take My Eyes Off You, Lauryn Hill (versãozinha bacana daquela mesma do Frankie Valli e base da vinhetinha da C&A)
Enquanto os brasileiros continuam a espera da estréia de
Kill Bill, os gringos já começam a trocar imagens da parte final do quarto filme de Quentin Tarantino, estrelado por Uma Thurman.
Kill Bill Volume 2 estreará nos Estados Unidos e Inglaterra em fevereiro. Aqui no Brasil, os planos iniciais da Lumiere eram de mostrar a primeira parte em janeiro. Agora, já trabalham com o prazo até março.
Uma Thurman interpreta The Bride, uma assassina de aluguel que, prestes a se casar e abandonar a vida de crimes, é traída pelo próprio noivo, o Bill em questão. Ele e seu bando de assassinos a baleiam e massacram diante do altar, mas não conseguem matá-la. Cinco anos depois, ao desperta do coma, The Bride tem um único objetivo, matar Bill, seu noivo traidor.
Por enquanto, é ficar com as fotos da segunda parte:
* * *
Também quero companhia para ver
Irréversible
A
Babi escreveu exatamente o que eu sempre pensei da parábola do filho pródigo. Então, pra vocês, descaradamente roubado do blog
Idioteque Girl:
"
eu acho a história do filho pródigo um absurdo.
primeiro o engraçadinho do filho some no mundo, gasta todo o dinheiro da família com prostitutas (as prostitutas desse lugar devem ser chiquérrimas, tipo as prostitutas indianas) e quando ele volta o pai:
oh meu filhinho querido, que saudade.
tudo bem, oh que maravilha, a ovelha desgarrada se encontrou e blablabla.
agora do pobre do filho que tinha ficado lá cuidando da fazendo do pai, ninguém fala.
em vez de cair no mundo ele ficou lá, tirando leite de vaca e dando milho às galinhas.na fazenda não devia existir prostituta, suponho.e então o pobrezinho fala ao pai:
nunca me destes um boi para eu confraternizar com meus amigos.
e o pai?nem aí, tava preocupado com o churrasco para o filho que tinha voltado.donde se tira que o real sentido da parábola:
1) apronte o diabo e todos vão rir e ser condecendentes com você (síndrome do rebelde encantador)
2) vá embora e todos ficarão com saudades/perdoarão todas as suas culpas/farão festas em sua homenagem
3) as mulheres realmente preferem os cafajestes
"
* * *
Especialmente para a Grazzie
Eu sei que não dá pra ver nada, mas é só clicar em cima que vai aparecer bem grandão na sua tela.
>>> Compra não teve, não. Mas de conversa boa saí foi com as sacolas cheias. Mas agora que aprendi - finalmente - o caminho, soube que o brechó Observatório vai mudar de endereço. Casa grande e cheia de novidades boas. Conversando com Dayves, penso que Ivo Viana, além de estilista, é mesmo o menino que sempre via no laboratório de informática da UFC.Fazia Biblioteconomia, se não me engano. Mas com certeza sempre foi style (embora eu tenha certo abuso dessa palavra).
>>> Eleuda tanto encasquetou na minha cabeça que hoje eu fui lá e descobri que não pode, não senhora, graduação e pós na mesma universidade. Vi a lista do vestibular hoje, e são dezenove pra uma vaga.
>>> Festa na casa de amigos com gente de bem, vinho e música selecionada é melhor do que o chiclete indie pululante no Dragão do Mar.
>>> Estou no jornal ao lado do Dimitri. Não jornal espaço físico, construção de engenharia. Digo jornal papel, outra construção - símbolos, gosto deles. Digo experiência nova - denotação, gosto dela também. Não ganho nada em moeda nesse início de conversa e morro de vergonha de expor assim meus textinhos bloguísticos, mas enquanto pedirem, publico vez por outra.
>>> Chato? Pode até ser, mas é só porque decidi que não vou mais me machucar voluntariamente. Decidi não pensar mais nos outros do que em mim. Quer dizer, em alguns outros talvez. Mas são poucos, muito poucos, só os que valem a pena.
>>> Abusada, eu? Ah, você percebeu? OBRIGADA.
Koltrane terapizada, com a cara cheia de florais de Bach e em pose de ióóóga. Agora, dá licença que tem um autor cearense que não é dos baratos, mas estava a cinco conto no balaio, me esperando. E é muuuuito melhor que o Ritz ou a Órbita, lugares onde há quase 5 meses não boto sequer um pé do meu salto agulha.
quarta-feira, novembro 19, 2003
Eu preciso me conscientizar de que segundas, terças, quartas e quintas não são os melhores dias para saídas noturnas. Muita gente se espanta quando eu digo isso porque não me vêem nos eventos de fim de semana. É que tenho preferido programas durante a semana com poucos amigos a super baladas com meia Fortaleza presente. Como diz uma das mais escritoras das minhas amigas jornalistas, 99% das pessoas que eu conheço não valem o sacrifício da companhia de qualquer um dos meus livros.
Mas eu preciso me conscientizar de que tantas saídas no meio da semana custam muito sono. Tenho mesmo. Mas acho que vou deixar para semana que vem.
Reencontro não marcado
_ Oi.
_ Oi.
_ ...
_ Ehhhh... e a vida?
_ Estudando, trabalhando... e você?
_ Eu também. Se formou?
_ Foi. E você?
_ Não.
_ ...
_ ...
_ Pois é, tenho que ir. Tchau.
_ Eu também. Tchau e tudo de bom.
É estranho reencontrar certas pessoas. Ela tinha sido minha amiga de colégio, a Céci. A melhor, no primário. Uma das melhores, até a sétima. Por fim, mudou de colégio e perdeu-se o contato. Éramos muito diferentes. Tanto que só a reencontrei em lugares como o Banco do Brasil ou a C&A. Dos amigos do colégio, sobrou-me apenas a Isabela. Talvez por eu ser o elemento estranho naquela massa homogênea que era o Santo Inácio. E é preciso muita tolerância para o diferente. Eu e Isabela somos exceção. Ela é play assumida, fã de Backstreet Boys e não gosta de nada que eu gosto. Mas somos amigas demais da conta. As outras amizades não sobreviveram aos mundos que se mostraram a nós depois. A faculdade era como o pagode do Vavá, tinha gente de todo lugar. E mais: de todo jeito, gosto, atitude. Digamos que me achei e não senti falta dos meus tempos de outsider. Mas é que é mesmo estranho. Quantas vezes não choramos, eu e Céci, uma para a outra, confidenciamos segredos ingênuos, tomamos banho de piscina e trocamos mensagens nas agendas? Lembro-me da nossa brincadeira de tirar a roupa da Barbie e do Ken e colocar um em cima do outro, o que na nossa concepção infantil deveria ser sexo. Lembro-me também do quanto ríamos disso anos depois. E hoje ela estava séria, um aspecto cansado, que não combinava com seus vinte e poucos. Fiquei feliz em revê-la, mas não soube expressar. E nem ao menos perguntei seu telefone. Queria saber se ela pensou o mesmo que eu.
terça-feira, novembro 18, 2003
BG: Melancolia, Ludov
Ontem eu que ouvi que dentro de ambiente de trabalho nem seus seus amigos são seus amigos, não passam de meros colegas. Competição. Não, eu não sou assim. E sabe que sou do tipo que sofre por não saber mais em quem confiar? O conselho: em ninguém. Como é difícil. Mais uma vez não sou eu.
Mas ontem eu abstraí disso tudo e fui ao cinema em plena segunda-feira. Primeiro dia de folga que fez jus ao nome. Paulinho, a viola e sua voz calma. Cinco pessoas apenas. Capuccino gelado com muito chantilly e bolo fatia grossa de chocolate. Dormir cedo e sem pesadelo.
Hoje, em meio ao fardo trabalho, continuei o dia de prazeres e comi sushi em plena terça-feira na hora do almoço. Extravagância. E meu salário ainda nem saiu. Mas o garoto tem poder de convencimento. Ficamos assim, então: comemoração antecipada. Estarei torcendo por ti, baby, você sabe. Ao bi!
Ganhei um Fante ao menos. E só me falta mesmo é tempo.
quarta-feira, novembro 12, 2003
Vincent Gallo said:
"(...)
Se eu notar mensagens sujas, que normalmente vêm de homens amargos, invejosos, feios e burros, que são infelizes no trabalho e quiseram a vida inteira ser como eu, removerei esses postzinhos improdutivos e gostaria de dizer para essas bichinhas perturbadas que sinto pena de vocês. Tudo que sempre quis foi ser eu. Espero que um dia você se sinta assim e se liberte do ímpeto estúpido de poluir esta message board e distrair seus maravilhosos membros. Então vá em frente e diga o que quiser de mim, mas tenha em mente que, pelos seus insultos, todos saberemos que seu pau é realmente pequeno e o quão miserável sua vida sempre foi e que faz muito tempo que nenhuma garota abaixo de 500 quilos respondeu alguma cantada barata sua em um boteco qualquer.
(...)"
Não, não serei tão agressiva quanto o maravilhoso Vincent Gallo. Claro,
Averbuck (não era minha intenção esse joguinho de palavras tão primário, mas vá lá), que ele é um dos homens de nossas vidas. Mas não é esse o caso.
Farei minhas as suas palavras:
"A internet não é como uma televisão aberta, onde você zapeia e passa por canais indesejados e vê coisas que não queria. Para entrar aqui, no meu blog, é preciso digitar o endereço no browser, ou entrar em algum link, ou seguir seu próprio bookmark *. Ou seja, tem que querer entrar aqui. É uma escolha. E é por isso que eu não entendo esses leitores Mark Chapman que vêm aqui só pra torrar minha pequena e delicada paciência e encher minha caixa postal com suas opiniões não solicitadas. Eu tenho uma dúvida: vocês não têm louça na pia, não? Meia suja, essas coisas? Vão ajudar a mãe no tanque, vão pregar uns botões da camisa do vovô, assistir tv, fazer palavras cruzadas, ocupar essas cabecinhas inúteis, bando de pentelhos desocupados."
Clarah Averbuck
* Ou ainda procurar no Google porque não tem a menor capacidade de memorizar uma simples url. Tudo bem, poderia-se dizer que não valeria a pena decorar meu endereço, não fosse curioso o fato de que esses desocupados não passam menos do que dez minutos do seu "precioso" tempo por aqui. E ainda voltam aqui várias vezes por dia em horários em que eu e toda a população que faz algo da vida está trabalhando ou estudando, e não perdendo tempo com blogs de pessoas fúteis.
* * *
Oh God! Koltrane, você viu?
Usaram meu nome em vão!
Pois foi, Kim. Fuckin' bastards.
terça-feira, novembro 11, 2003
Preguiça de escrever. Teremos, então, apenas dois linkzinhos de animação:
O recomendado
O recomendadíssimo
E esse
outro, de uma crônica do Walcy Carrasco na Vejinha SP. E olha só
quem dá o ar da graça.
* * *
E um comentariozinho interno.
Dri, você está mais do que certa. A "sensibilidade" e o "bom senso" de algumas pessoas chegam a ser comoventes.
Mujeres
Fui cobrir um enduro lá no Eusébio. Pilotos de 35 países e quengas de toda Fortaleza, Região Metropolitana e adjacências. Sem disfarces. Senti-me mal, constrangida com a situação dessas meninas que acreditam que um gringo desses vai tira-las dessa vida. Esses italianos me causam repugnância. Olham a todas como putas, com caras sacanas, de quem tá analisando, como se estivessem escolhendo um carro ou frutas na feira. Um deles veio me oferecer cerveja e não consegui olhar na cara dele de tanta raiva. Mais raiva tive de mim por não ter conseguido dar uma boa resposta.
Espero que minha irmãzinha não tenha embarcado no mesmo avião que aqueles italianos nojentos. Ah, sim, ela embarcou ontem para Paris. Mas a despedida foi à italiana. Eu não chorei muito, não. Fico é feliz por ela. Não é qualquer um que ganha bolsa na Sorbonne.
Poucos dias antes, a finalista cearense do Tchan aparecia com ares de grande artista. Dizem que vai ganhar programa na TV. Triste foi a Maísa, na Boca do Povo, que normalmente é sensata, dizendo que a Fulana lá enalteceu o nome do Estado, que foi uma honra. Tenha dó. Na semana em que morreu a Rachel de Queiroz, o exemplo de mulher que enaltece o Ceará ser a candidata à loura do tchan...
* * *
Era pra desopilar
Mas pense num negocinho viciante. Em duas noites, fiz 43 pontos.
Minipops -
www.ruidos.com.br/pop.xls
Mas se esse carinha aí não é o Jimi Hendrix, não tenho a menor idéia de quem possa ser...
* * *
Koltrane Off Road
quinta-feira, novembro 06, 2003
Sim, sou eu mesma. Em carne, osso e poeira, recém-chegada de viagem. Limoeiro não é bem ali, como haviam me dito. Ao menos ganhei frutas frescas e um céu cor de rosa. Raiva de não ter levado a câmera.
* * *
Homens gentis são o que hão. Mas homens gentis estão em extinção. Os sobreviventes já foram caçados. E - porra! - como eu sou incompetente.
Gentis de verdAde, não os foRçados. Se é que me entendem...
terça-feira, novembro 04, 2003
BG: I Don't Love Anyone, Belle and Sebastian
B&S again
Ainda não ouvi o novo da melhor banda mais odiada/cultuada dos últimos tempos
* * *
Confusa
Chato de não parar num canto certo é achar o tempo inteiro que está no lugar errado. Assim: quando estou em cidades, tenho que escrever menos enfeitado, menos poético, mais objetivo. Aí quando estou na cultura, é o oposto.
Aí, hoje, que fiquei na editoria rachel de queiroz ficava o tempo inteiro achando que estava muito descritivo. Depois que refazia, lia e achava que estava piegas ou clichê. Tentei fazer um meio-termo, mas acabei não gostando do meu resultado final.
[resultado da minha crise profissional]
[a dona desse blog precisa de analista, mas não tem dinheiro pra pagar a conta. aceitamos doações]
E eu confesso que não li O Quinze.
[falha grave]
* * *
Pra desopilar,
Meu chefe diz que eu deveria escrever crônicas e contos.
Há quem diga que eu deveria publicá-los.
[São doidos. Definitivamente]
* * *
Advogados?
Posso contar com a ajuda de vocês? Alguém sabe me dizer como eu posso garantir a autoria de um projeto? Ou seja, se eu apresento um projeto a uma empresa ou pessoa, como posso me proteger para que ela não roube a idéia?
[a dona desse blog não tem dinheiro para honorários. aceitamos favores]
* * *
Galeria
As piores capas de disco de todos os tempos
[senso estético, onde está você?]
* * *
De novo
A vizinha quase chegou lá.
[pena que a entrevista dela para o lendário pastel não consta mais nem no cache do google]
segunda-feira, novembro 03, 2003
Queria linkar aqui uma das mais belas cartas que já vi, mas ainda não está disponível no portal NoOlhar. Se você tem aí a edição de sábado do jornal O Povo, corre para a última página do Vida & Arte e lê a coluna "Das Antigas". A saudável e deliciosa molecagem de sempre do canelau dá espaço ao romantismo delicado de um homem saudosa e eternamente apaixonado. Como disse aqui o companheiro namorado da Bina, ai vontade de chorar, meu Deus.
[Ainda pensando nessa carta, nesse amor, nessa casa, nessa nossa desatenção cotidiana com o belo...]
[Não é ficção. A carta foi escrita pelo avô da Juliana]
BG: The Passenger, Iggy Pop (Só para tirar minha dúvida de onde aquele riffzinho inicial de
Um Par, do Los Hermanos, me parecia familiar)
"Não é magia, é tecnologia", a Feiticeira não poderia estar mais certa.
Antes
Depois
Explico:
Greg Apodaca é um cara que ganha dinheiro para retocar imagens e criar ilusões. Detalhes sutis. Este é só um exemplo do que o
Photoshop pode fazer por alguém.
Sinta o poder de desvendar a verdade por trás das peles lisinhas e corpinhos sem gorduras através do mouse.
Aí eu me lembro daquele tio de um amigo meu de São Paulo. O cara era, digamos, um dos "retouching professionals" da Playboy. Isso em um tempo pré-Photoshop, quando a precisão na mão valia mais. O cara dizia que morria de orgulho das revistas da Hortência e da Lílian Ramos. Milagres dos quais nem Pitanguy seria capaz.
BG: Here Beside You, Holly Golightly (não essa aí de cima, uma outra. Mas não se leve pela chatinha participação dela no último White Stripes, ouça as músicas bluesy dela)
Ah, os desfiles! Sim, claro. Digo de cara que não os vi todos, pois a senzala (vulgo o "Ruma de Gente") não permitiu.
Se prepare para um post longo:
Eles
Homem pode se vestir bem, sim senhor. E sem medo de aparentar ser gay. Sinceramente, medo mais besta, meu Deus! Ainda mais em época em que os tais "metrossexuais" são a bola da vez (sem trocadilhos, por favor). E mesmo que não fossem. Homem bem vestido é ótimo. E não me venham com histórias de que o importante é o conforto. Porque se essa é a desculpa, saiba que não tem validade. Os dois desfiles exclusivamente masculinos que conferi,
Mario Queiroz e
Uranio, trouxeram homens cosmopolitas e esportivos, vestidos com leveza. Apenas alguns poucos brilhos e bordados na coleção do primeiro para os mais ousados (ou menos bestas).
Já a Uranio teve também uma preocupação social ao levar a questão da cegueira à passarela. Mais do que uma idéia estética-espetáculo, onde os modelos brilhantemente coordenados desfilavam em zigue-zague de olhos vendados, Geraldo Lima trouxe nas estampas as principais dificuldades dos deficientes (orelhões, escadas) com tom pop. E mais: dá-lhes autonomia ao acrescentar o braille à suas etiquetas para que possam saber o que vestem.
O meu vestido
MarcusSoon é uma marca catarinense que depois tomei conhecimento pertencer à um brasileiro e uma sul-coreana, a saber, Marcus Marquetti e Sang Soon Kim. Ela mesma, com seus cabelos pink, atendia no stand da grife. Podia não ser a mais original, mas entre as que vi foi a que elegi como a que "quero metade dessa arara". Talvez pelo impacto visual das roupas que pareciam ter sido cortadas e costuradas a mão, num aspecto bem artesanal mesmo (leia-se "artesanal" como modo de produção, não como "regional", ok?). Muitos cortes sem costuras, colagens, bordados e jogos de estampas, mesclando os futuristas materiais fluorescentes a bordados retrô, rendas e pequenas lantejoulas. Algumas coisas realmente pareciam meio exageradas (meio?!). Tá bom. Pena aquele vestido preto com estampa de gatinho custar 190 reais...
Fatais
Luxo decadente, atmosfera cabaret parisiense e musiquinhas Amélie Poulain.
Kalil Nepomuceno (o maior desfile dos que vi - em duração) por pouco não caiu no "over", armadilha fácil, da qual soube se safar muito bem. Não é qualquer um que bota cor, brilho, metais, amarrações, decorações de cabeça e acessórios sobre um só corpo e se sai bem. Muita pantalona, drapeados com listras diagonais (bela op art!) e decotões. Poder e cobiça, diria um amigo meu ali.
Quem também trouxe damas para arrasar foi
Marcelo Quadros, que passeou entre os 70/80. Nos tecidos leves dominaram o verde bandeira e o roxo, com estampas psicodélicas. Acho que ele poderia ter variado mais na estamparia. Certa hora, cheguei a pensar que ele tivesse comprado o tal tecido aos metros numa queima do Xepão. Mas estavam bonitos os vestidos, justos na parte de cima, esvoaçantes embaixo e profundos decotes nas costas. Blusas amplas com bordados brilhantes em conjunto com microshorts também deram o ar da graça - transição para os eighties.
Quase fatais
J. Sybalena trouxe sexy girls. Saias curtíssimas (mas não vulgares, incrível, não?) e blusas basiquinhas justas. Jeans manchados. Scarpins, muitos scarpins, scarpins para todo mundo, em cores ultra-fluorescentes. Achando pouco chamativo, ainda acrescentou umas correntinhas. Bacana, mas esperava mais. Ah, sim, e detestei aqueles vestidos longos de botões que mais parecem roupas de mães do interior em filmes americanos. Não, nem a barra diferenciada salvou. Ainda mais porque aquelas correntes "paquita da Xuxa" eram dispensáveis. Preferi a parte mais básica mesmo.
Mosaicos
Um dos desfiles com mais fraca recepçao pelo público foi o de
Luciana Galeão. Não entendi o motivo. O som do quase mantra "Usando Rosas são Vermelhas, Violetas são Azuis" ela levou às criações com mosaicos coloridíssimos em formas de flores, muitas flores. Os versos literais (grafologicamente falando - paradoxo, não?) também apareceram nas estampas de saias fluidas e calças masculinas. Muito preto de fundo, o que deu um contraste bem legal. Não sei se é impressão minha, mas nessa coleção também senti um certo clima francês, mas contemporâneo.
Pena ter perdido os desfiles de Iet Pleitjer (dizem que ela arrasou com seus "peões de construção"), Lindeberg Fernandes (que sempre é ótemo), Rutta (gostei da outra coleção delas) e Francisco Matias (vencedor da categoria "Novos Talentos").
* * *
O que é bom
Em um evento que pretende ser conceitual é que aparecem boas oportunidades de ver as propostas além das tendências. Se as antecipa, sim, é verdade. Mas eu prefiro ver a outra face da mesma moeda, a contribuição
autoral. Aquele "quê" que faz a diferença.
O que é ruim
Em um evento que pretende ser também uma grande feira de negócios para afirmar o Ceará como a segunda maior indústria têxtil do Brasil, achei meio
fraca a parte expositora. Muuuuita coisa que nem merecia estar ali.
Sempre tem
Sapato que sai do pé,
modelo que paga peitinho, estilista meio desajeitado, gente "noooossa! que tudo!", gente "ai, que horror...", socialites nadas-a-ver, modelo que deve ser sobrinha do estilista
Só teve este ano
A Xuxa cearense na
TV Diário, um velho babão com uma digital na primeira fila tirando foto das meninas que desfilavam de roupa transparente sem sutian.
Fez falta
Não custava muito distribuir
programação para os visitantes na entrada. Tudo bem que soube que o evento contou com menos dinheiro do que imaginava, mas vi muita gente perdida sem saber onde era sala 1, sala 2, qual seria o próximo desfile, e por aí...
Fez falta também um espaço mais apropriado para o Mucuripe. Não adiantavam muito as músicas boazinhas se não havia um
lugar para dançar. Digo um lugar com clima para dançar, não um vão no meio do setor de exposições entre uma sala e outra, com pessoas desmontando seus estandes no meio do tum-tsi-tum.
Se prepara
Leggings,
scarpins, patchwork, sandálias de dedo, cores fluorescentes, saias curtas
* * *
PS: Não venham me crucificar! Não sou do meio, não tenho a menor qualificação para achar que o que eu digo é o certo. Muito provavelmente devem haver muitos errinhos por aí. Não leve a sério. São apenas opiniões de alguém que passou a desenhar as próprias roupas e gosta muito de moda. Gosta tanto que está inscrita no vestibular para Estilismo, mesmo sem esperança de passar (ai, essa senzala que não me deixa estudar...). Mas é só. Ainda está muito longe de saber alguma coisa. Aliás, nem sei por que diabos fui me meter a escrever aqui. Só para levar alguns puxões de orelha do Charlie (que vi por lá, mas não falei porque, ao contrário, de mim, estava trabalhando e não quis atrapalhar) e da Aninha (mas essa anda tão sem tempo que acho que nem passa mais por aqui).
* * *
Ah, respondendo:
I.V.O, se você é o Ivo Viana estilista, eu te conheço, sim. Claro. E te acho tudo.
Mas você não me conhece, não.
domingo, novembro 02, 2003
Jornal do Brasil, 31/10, na coluna da Márcia Peltier
Brigadeiro de erva
Um jovem carioca, que não fumava maconha, foi vítima de uma brincadeira de mau gosto dos amigos: comeu, sem saber, um brigadeiro recheado com cannabis. Teve um surto psicótico e foi internado. Só depois de muitos exames, os pais, aflitos, entenderam o que havia acontecido com o filho. Mesmo assim, durante
três meses (
grifo da editora deste blog), o rapaz precisou tomar medicamentos para esquizofrenia. A maconha, quando ingerida por via oral tem efeitos perigosíssimos.
Agora, a pergunta é: Que diabo de lombra é essa de três meses?!
Ils sont morts (ou o apelo à mesa branca):
_ De quem é essa música aí da abertura?
_ Ah, é do Barry White.
_ Mais um que daqui a pouco vem fazer show no Brasil.
* * *
_ Bom, o que vai ser feito agora com a estátua de Iracema?
_ A gente vai restaurar, mas antes tem que entrar em contato com o artista que fez a obra...
_ O Zenon?!?!?!
_ É que a gente quer que ele nos oriente.