Se não tivesse havido antes "Encontros e Desencontros", com certeza "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" seria o filme do ano. O meu filme do ano.
Quantas vezes não desejei, tão fortemente que me comprimia os músculos, que existisse uma Lacuna? Uma pílula qualquer de tirar memórias, um tratamento de choque, qualquer coisa. Nada poderia ser mais doloroso do que o partir(se) só. Dor física mesmo.
Por algum tempo, senti raiva de blusas com qualquer tipo de xadrez. Por outro tempo, rejeitei óculos. Há poucos meses, quase cheguei a destratar pessoas por usarem um certo perfume. Livros, filmes, fotografias, mensagens, músicas - músicas principalmente, tenho um CD intocado - toda essa construção. A Lacuna resolveria.
Mas o filme é daqueles "todas as fichas do mundo caindo sobre a minha cabeça". Vale a pena apagar?
Saindo da tela e passando para a casa ao lado. Uma pessoa próxima. A mãe dela com Mal de Alzheimmer, a memória sendo destruída sem volta, sem chance... Tudo que foi lido, aprendido, vivido se desfazendo em um mundo alheio às nossas coisas e pessoas. Não por opção. A Lacuna é ficção, pelo menos enquanto S/A.
Mais fichas estilo "O Filho da Noiva".
O bom e o ruim das memórias, esse abismo. Mas para voltar a Clementine e Joel, costumava me perguntar se já sabemos que sangra, por que ainda procuramos a navalha e talhamos nós mesmos esse tal sentimento, não sem antes abençoá-lo?
Para afastar tal dúvida, agora evito os comportamentos repetitivos. Mesmo que as memórias fossem apagadas (por uma Lacuna ou até naturalmente - o que costumam chamar tempo), tudo se repete. Não necessariamente com a mesma pessoa, mas se repete.
Dizem que não aprendi nada com o filme, que entendi tudo errado. Não quero saber, interpretação é interpretação, cada um com a sua. Sentimento, então...
E daí se hoje self-protected chego a mudar de calçada quando aparece uma flor e dou risada do grande amor?
mentira
Quantas vezes não desejei, tão fortemente que me comprimia os músculos, que existisse uma Lacuna? Uma pílula qualquer de tirar memórias, um tratamento de choque, qualquer coisa. Nada poderia ser mais doloroso do que o partir(se) só. Dor física mesmo.
Por algum tempo, senti raiva de blusas com qualquer tipo de xadrez. Por outro tempo, rejeitei óculos. Há poucos meses, quase cheguei a destratar pessoas por usarem um certo perfume. Livros, filmes, fotografias, mensagens, músicas - músicas principalmente, tenho um CD intocado - toda essa construção. A Lacuna resolveria.
Mas o filme é daqueles "todas as fichas do mundo caindo sobre a minha cabeça". Vale a pena apagar?
Saindo da tela e passando para a casa ao lado. Uma pessoa próxima. A mãe dela com Mal de Alzheimmer, a memória sendo destruída sem volta, sem chance... Tudo que foi lido, aprendido, vivido se desfazendo em um mundo alheio às nossas coisas e pessoas. Não por opção. A Lacuna é ficção, pelo menos enquanto S/A.
Mais fichas estilo "O Filho da Noiva".
O bom e o ruim das memórias, esse abismo. Mas para voltar a Clementine e Joel, costumava me perguntar se já sabemos que sangra, por que ainda procuramos a navalha e talhamos nós mesmos esse tal sentimento, não sem antes abençoá-lo?
Para afastar tal dúvida, agora evito os comportamentos repetitivos. Mesmo que as memórias fossem apagadas (por uma Lacuna ou até naturalmente - o que costumam chamar tempo), tudo se repete. Não necessariamente com a mesma pessoa, mas se repete.
Dizem que não aprendi nada com o filme, que entendi tudo errado. Não quero saber, interpretação é interpretação, cada um com a sua. Sentimento, então...
E daí se hoje self-protected chego a mudar de calçada quando aparece uma flor e dou risada do grande amor?
mentira
O que muda é o sentido que se dá. Tem amor que vira amizade e memória que dá em riso. Apaga-lo seria apagar-me também.