terça-feira, agosto 24, 2004


Se não tivesse havido antes "Encontros e Desencontros", com certeza "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" seria o filme do ano. O meu filme do ano.

Quantas vezes não desejei, tão fortemente que me comprimia os músculos, que existisse uma Lacuna? Uma pílula qualquer de tirar memórias, um tratamento de choque, qualquer coisa. Nada poderia ser mais doloroso do que o partir(se) só. Dor física mesmo.

Por algum tempo, senti raiva de blusas com qualquer tipo de xadrez. Por outro tempo, rejeitei óculos. Há poucos meses, quase cheguei a destratar pessoas por usarem um certo perfume. Livros, filmes, fotografias, mensagens, músicas - músicas principalmente, tenho um CD intocado - toda essa construção. A Lacuna resolveria.

Mas o filme é daqueles "todas as fichas do mundo caindo sobre a minha cabeça". Vale a pena apagar?

Saindo da tela e passando para a casa ao lado. Uma pessoa próxima. A mãe dela com Mal de Alzheimmer, a memória sendo destruída sem volta, sem chance... Tudo que foi lido, aprendido, vivido se desfazendo em um mundo alheio às nossas coisas e pessoas. Não por opção. A Lacuna é ficção, pelo menos enquanto S/A.

Mais fichas estilo "O Filho da Noiva".

O bom e o ruim das memórias, esse abismo. Mas para voltar a Clementine e Joel, costumava me perguntar se já sabemos que sangra, por que ainda procuramos a navalha e talhamos nós mesmos esse tal sentimento, não sem antes abençoá-lo?

Para afastar tal dúvida, agora evito os comportamentos repetitivos. Mesmo que as memórias fossem apagadas (por uma Lacuna ou até naturalmente - o que costumam chamar tempo), tudo se repete. Não necessariamente com a mesma pessoa, mas se repete.

Dizem que não aprendi nada com o filme, que entendi tudo errado. Não quero saber, interpretação é interpretação, cada um com a sua. Sentimento, então...

E daí se hoje self-protected chego a mudar de calçada quando aparece uma flor e dou risada do grande amor?

mentira

O que muda é o sentido que se dá. Tem amor que vira amizade e memória que dá em riso. Apaga-lo seria apagar-me também.







segunda-feira, agosto 23, 2004


BG: Love Playground, Air

Sabe pegadinha? É, aquelas do Faustão mesmo. Quer dizer, nem sei se ainda tem isso no domingo - a pegadinha; o Faustão e o Gugu, eu sei que tem - mas o importante é que todo mundo sabe o que é. Pois eu tenho uma sensação de que estou numa constante pegadinha e que alguma hora vai aparecer alguém da produção e me apontar uma câmera escondida. Somente relativo a manhã de hoje: pegar a Via Expressa (piada por si só) e ficar presa por dois carros que trafegavam em paralelo a menos de 40 km por hora (é, amigos de fora, a expressa daqui tem DUAS faixas em cada direção). Chegar naquela CGD do Cocó e ficar quinze minutos esperando que a recepcionista decida com sua amiga ao telefone se a festa do Cachorro Louco vai ser melhor do que a Galinha de Leão (sério, produção, que nomes são esses?). Chegar na casa do André justamente no momento de limpeza da fossa do prédio e dar de cara com mil baratas descontroladas (aí já estou num momento "Joe e as Baratas") e ficar louca pulando mais descontrolada ainda sob olhar incrédulo de crianças e velhinhos na praça do Papicu até que o porteiro apareça. Perdi o apetite para o almoço.

Sinceramente, estou receosa com o restante do dia.

Esse tipo de coisa só acontece comigo? Ou será que a cidade é um estúdio e tudo não passava de chroma-key? Nesse caso, podem depositar o meu cachê.

* * *


Amigos? É quase como querer que o Evander Holyfield dê um cheirinho no cangote do Mike Tyson depois deste ter lhe abocanhado um pedaço da orelha.

De onde eu tiro essas frases?! Mas todos ali me compreenderam na hora.

* * *


Super complicado voltar a esse blog depois de sua citação por aí. Quem diz que não se importa com opinião alheia blefa, e blefa feio. Mas como sou prática, principalmente às duas da manhã, optei por colocar o post de uma semana atrás, que não havia entrado porque meu PC da idade medieval apagou-se por completo na hora.

De hoje mesmo, só pra confirmar pra Ricardinho: ô paciência que a gente tem com quem é bonito...






terça-feira, agosto 17, 2004


A minha ausência deste espaço justifica-se por um certo abuso e pela minha orfandade de placa-mãe.






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