sábado, novembro 06, 2004
Computador quebrado, muito trabalho e pouca paciência. Mas o silêncio merece ser quebrado.
"Seus flagelados, trocaram a irmã por um sorvete!"
Nazaré, the best
[dispensa comentários]
Ah, e o texto de zazá belle:
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=305ASP019
[embora eu ache que figurino de puta é uma coisa atemporal]
quarta-feira, novembro 03, 2004
:: o peso das coisas
Foi semana passada também. Numa troca de tiros no viaduto da Base Aérea, uma adolescente de 14 anos, grávida, que passava por perto, foi atingida no rosto e morreu na hora. Virou apenas um parágrafo. Afinal, nasceu, viveu e até morreu na hora e no local errado. Tivesse em frente à Órbita ou estudasse medicina, todos saberiam. Realmente, só incomoda quando é na nossa porta.
terça-feira, novembro 02, 2004
:: receita para uma tarde de feriado
Esquecer tudo o que passou na semana, incorporar uma Clara Nunes, tomar um banho de sal com manjericão, soltar os cachos, dançar enrolada de toalha, se jogar no sofá com os pés pra cima, ver o leve movimento das nuvens, tecer planos e sonhos até a noite cair e tocar o telefone.
_ "mas o meu amor sempre tão sereno serve de escudo pra qualquer ingratidão"
segunda-feira, novembro 01, 2004
:: procura no aurélio, vai
As pessoas do meu prédio são muito nervosas. Ficam numa angústia a estourar tímpanos alheios com suas buzinas quando têm de esperar por um minuto para meter seus carros na garagem. Lá vem o pobre do porteiro ainda fechando as calças e sob reclamações de leseira. Porque as pessoas do meu prédio acreditam que funcionários são robozinhos que não bebem água, não vão ao banheiro, não ficam doentes. Daí se sugere que na reforma, se coloque um banheiro embaixo da guarita suspensa para ganhar tempo. Afinal, as pessoas têm tanta pressa... "Não, nada de privada na entrada!", reclamam. Dizem que "esse pessoal, sabe como é... não têm educação, vai ficar tudo fedendo". Engraçado que para se ir às vagas de carros se passa pelo banheirinho lá nos fundos. E não fede. E as buzinas continuam. E o som do carro nas alturas continua. E a porta do elevador fechada na sua cara continua. E o lixo do vizinho na sua porta continua. E o cigarro no elevador continua. Porque todo mundo que mora na Aldeota é muito educado.
:: continua procurando (ou foi 13, seu zé - hehehehe)
Não adiantou o ataque da facção nazi-aborígene do meu prédio que quebrou as bandeirinhas dos carros aqui de casa na garagem. Eu desconfio quem foi - já há o histórico, meu filho, já o há - e agora dou-lhe "bom dia" com um sorriso bem satisfeito na boca que até aprendi a pintar de vermelho. Mas continuo odiando batom vermelho e odiando pessoas sem educação e repressoras. Chato mesmo foi chegar em casa com lenço e documento mas sem chave e celular e descobrir que a família toda estava a saracotear na avenida da Universidade, de onde eu tinha acabado de chegar. Não fosse um dos porteiros ("sabe esse povo como é, né...") ter piedade da minha figura decadente deitada no sofá da recepção para me emprestar alguns créditos de seu celular, teria virado a noite por lá. E não teve jeito, as bandeirinhas foram quebradas, mas foi 13 demais, meu filho.
:: a natureza também erra
_ Olha, o Fulano pediu pra você ir pegá-lo.
_ Como ele é?
_ Um careca de blusa verde.
[...tempo...]
_ Mônica, estou aqui e não tem nenhum careca de blusa verde.
_ Procura direito. Ele acabou de ligar e disse que está bem na frente do banco, no ponto de ônibus.
_ Olha, tem um cara de blusa verde aqui, mas ele não é careca, não.
Eu digo que é um absurdo que esse cara não seja careca, pois ele tem muita cara de careca. Eu jurava que ele tinha uma careca estilo estilo Dráuzio Varela. Porque eu não consigo imaginar o Drauzio Varela com cabelos, tenho a impressão que ele sempre foi careca. Diferente de outros carecas: eu imagino o Ciro Gomes com cabelo, o Sean Connery, o namorado da minha amiga... todos eu consigo fazer uma projeção. Como seria Fulano de cabelo? Não, não consigo. Porque ele faz parte do time do Dráuzio Varela e do Raul Cortez, aquele tipo que nasceu pra ser careca, mesmo que não seja (como é o caso do Fulano). Mas, Jesus, nem uma entradinha... nem um prenúncio de calvície.... Nada, o cara é cabeludo, só falta ter franja. Mas que tem mó jeitão de careca, isso tem.
:: guilhotina
E por enquanto eu vou sobrevivendo. Ao final da semana, sentamos para contar mortos e feridos.
_ "i may not always love you, but long as there are stars above you, you never need to doubt it, i'll make you so sure about it"
terça-feira, outubro 26, 2004
:: kill bill 2
Ainda não tive tempo de ver. Acredita? Justo eu que amei tanto o primeiro.
:: the murphyest (qual é o problema com neologismos?)
Tô aqui pensando no meu horóscopo (já é sabida minha relação com ele).
"Inicie uma ativididade física, comece a estudar algo novo, mude seu itinerário, compre roupas novas. Enfim, inicie uma nova vida".
Nossa! É fácil assim começar uma nova vida? Ok, mas...
Roupas novas? Já não me acha consumista o suficiente?
Meu itinerário atualmente só tem duas variações. Não acho interessante andar por aí na contramão.
Que é isso? Já não basta o tanto que eu estudo? Jornalismo, teoria econômica, moda, história, literatura...
Só pensei mesmo na atividade física, afinal são 2,75 quilos inconvenientemente acumulados na minha barriga e um estresse de 500 toneladas.
Mas a natureza resolveu pôr a pá de cal nessa intenção: além da minha freak ATM e das cólicas, ganhei uma faringite na carreata da Luizianne e descobri duas unhas encravadas. Hoje, passei o dia mal e acho que minha chefe já está se questionando por que contratou uma menina réa toda mazelada.
Ainda um passarinho cagou em mim hoje. Não foi um bom dia, definitivamente. Lavei os cabelos à noite e estou com a garganta pegando fogo.
Acho que vou morrer .
:: ma(i)s triste mesmo
é a saudade.
_ "são 3 horas da manhã, você me liga pra falar coisas que só a gente entende; são 3 horas da manhã, você me chama e com seu papo poesia me transcende"
segunda-feira, outubro 25, 2004
Sei que engajamento em excesso é chato. Sei que opinião feita não se muda. Sei também que o meu universo é muito pequeno. Sei até que Luizianne não é a candidata perfeita. Mas é a melhor, com certeza. Por isso esse blog paga pau essa semana. Sintam-se à vontade para copiar. É isso.
segunda-feira, outubro 18, 2004
:: Brigadeiro
Hoje é aniversário de um cara muito bacana. Muita gente sabe. Tive sorte de nascer na mesma família que ele.
:: Não é uma obra de ficção
Quando se escreve muito por obrigação, pode haver dois efeitos: uma ânsia incontrolada de escrever algo totalmente diferente, livre, sem pressões ou concessões, ou não escrever absolutamente nada, ler um livro, conversar com alguém tantas léguas a nos separar pá ou simplesmente dormir. Quero evitar computadores porque as pessoas ao meu redor começam a ter LER e eu não gosto daquela ginástica chata que sempre é na hora mais inconveniente. Minha avó não acreditaria se eu falasse que preciso de mais lazer por recomendações médicas, ainda mais se viessem do dentista. Mas como alguém pode ter lazer falando menos e tendo alimentação mais branda? Minha articulação é frágil, minha mandíbula é fissurada e faz barulhos estranhos. Fica meio freak, é verdade, mas não adianta tripudiar porque tem jeito. Sem falar, sem escrever, acho que vou nadar e me livrar desse trauma. Sempre perto da meia-noite, agora, sinto cheiro de éter pela janela. Estou ficando doida? Ahnnn, o que meus vizinhos andam fazendo? Eu gosto desse cheirinho, preciso mesmo de um certo torpor agora.
_ "why do stars fall down from the sky everytime you walk by? just like me they long to be close to you"
quarta-feira, outubro 13, 2004
:: Progresso, liberdade de expressão, Deus,
argumentos considerados irrefutáveis numa discussão, qualquer que seja a baboseira ou aberração em debate. Justificativas que eu dispenso porque quase sempre muito mal empregadas.
:: O mundo de cada um é louco
e embora eu não possa mais fazer nada em relação ao todo, me questiono que atitude tomar por mim, de imediato e a longo prazo. Não é pra todo mundo entender mesmo.
:: Atrofia
Havia um monte de crianças no cruzamento. Tive medo e me senti mal por isso, apesar das justificativas que todos me dão para esse comportamento. Eram crianças brincando de subir numa árvore e rindo. Mesmo constatando isso, meu coração não está tranquilo. Embora pareça, não é isso que faz a diferença.
_ "tive, sim, outro grande amor antes do teu; tive, sim, mas comparar com o teu amor seria o fim"
terça-feira, outubro 12, 2004
Nancy Meyers. Esse é um nome a ser decorado para que eu nunca mais caia no erro de assistir a qualquer coisa roteirizada por essa mulher. Ela foi produtora, diretora e roteirista de uma das maiores bombas que já vi, "Alguém tem que ceder". E todo mundo tinha me dito que esse filme era ótimo, divertido, sensível... Pois eu ri pouquíssimo e quando o fiz foi meio assim amarelado. Sensível? Nã... que diálogos eram aqueles?! Tudo era clichê, as situações, os diálogos, as interpretações e obviamente o fim. Desculpe, mas "ele percebeu que eu era apaixonada por você"... meu cu.
Sendo assim, "Alguém tem que ceder" se junta a "De amor e de sombras" e "Amarelo Manga" na lista de filmes que eu quis abandonar pela metade.
Ainda bem que eu não saí de casa pra ver isso no cinema e nem paguei o aluguel do dvd.
* * *
Finalmente vi o falado cult "Donnie Darko". Embora acredite que a maioria daqueles que me recomendaram foi mais pela trilha sonora do que pelo filme em si, acabei achando muito bom. Acima de "Efeito Borboleta" e abaixo "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças".
* * *
O mundo das lojas de departamentos - mais especificamente a C&A - está num complô para fazer com que eu me sinta gorda. Engordei três quilos e perdi as calças tamanho 38, mas as 40 ficam frouxas. Solução: um cinto. Nenhum foi encontrado, todos pequenos. Sei que minha cintura não é uma coisa assim de miss, mas pera lá. Eu não sou gorda e não me tornarei uma anoréxica louca para caber num cinto da Gisele Budchen. Não mesmo.
Mas daqui por diante o cinema será sem pipoca e coca-cola.
quinta-feira, outubro 07, 2004
:: bang bang my baby shot me down
mas sabe que até andei fazendo as pazes com o meu ego, que às vezes é imenso? pelo menos até essa montanha-russa chamada auto-estima resolver dar uma volta ali por baixo. se bem que eu acho que demora.
:: antes de tudo um bruto
uma besteira de uma vaga, que apareceu e eu peguei. a criatura que vinha atrás - veja bem, atrás - do meu carro também a queria. cantou pneu, fez cara feia e desde esse dia não fala mais comigo. creeeuza.
::voto de novo
na luizianne, a loura do pt que tá mais famosa que a marta, para o ódio de muitos. se fortaleza quiser um fascista, azar o dela. essa culpa eu não levo mesmo. nooossa, tô engajada.
:: quem tem medo de virginia woolf?
quer mesmo saber? eu.
_ "vou pra rua e bebo a tempestade"
sábado, outubro 02, 2004
BG: Everything is everything, Phoenix
Dia de Glória
O Rio de Janeiro continua lindo, mas não foi uma cidade tão maravilhosa assim. Nublou, choveu, me deu uma rateira, queda defonte ao Glória. Corri, me atrasei, quase perco o vôo. Estava num ao lado, climão retrô, de nome Novo Mundo ou o inverso.
E eu preciso de algo urgente pra memória. Esqueci completamente o que mais ia dizer aqui.
segunda-feira, setembro 27, 2004
... Cineminha
Jazz, Audioslave, techno.
Colateral é mais um daqueles casos em que como filme é uma excelente trilha sonora.
Cheio de boas intenções, mas com roteiro fraco e atuações medíocres,
Efeito Borboleta não passa por média.
Manipulador, sensacionalista, exagerado.
Fahrenheit, 9/11 é sim tudo isso e é absolutamente necessário.
sábado, setembro 25, 2004
_ Já imaginou se a Luizianne chega ao segundo turno? O que o PT diz?
_ Aliás, o que você perguntaria a Lula-lá numa entrevista de cinco minutos?
_ Meu melhor amigo está na cidade.
_ Tô cheia de passarela.
_ Nem acho mais o menino bonito.
_ Dois últimos filmes que vi e devo comentar em breve: Fahrenheit 9/11 e Efeito Borboleta.
_ Estou no plantão. Delícia.
_ A Escrava Isaura, agora em três versões: Globo, Record e Diário do Nordeste.
quarta-feira, setembro 22, 2004
Não é a vida que eu quero, não.
Sair daqui nas carreiras - após passar manhã e tarde - para ver um eventozinho furreca e desorganizado. Voltar e ter meia hora para escrever um texto elogioso, simplório, óbvio. Chegar em casa perto de uma da manhã. Na verdade, toda essa porcelana aí é de quinta. Acostumar-se é perigoso. Constestar custa caro. Deixe pra lá por enquanto. Hoje, sou eu. Depois, vem outro.
Precisar de dinheiro é uma desgraça.
terça-feira, setembro 21, 2004
domingo, setembro 19, 2004
Gal canta "Divino Maravilhoso" no Winamp. Adoro essa música, de um tempo antes da Gal virar uma geladeira e do Caetano ser engolido pelo próprio ego. O Caetano sempre foi um pavão, eu sei, mas pelo menos fazia boas músicas. Hoje, ele tá pior. Em tudo. Às vezes, eu penso que ele não voltou do exílio e colocaram um impostor no lugar, um cara deslumbrado que dá opinião até na minha pasta de dente, escreve coisinhas pífias com um dicionário de lado e casa com a Lavigne. O verdadeiro Caetano pirou, surtou, nunca soube da queda dos milicas, tá num porão qualquer, sei lá. Ele, o Lula e o Michael Jackson.
terça-feira, setembro 14, 2004
>>> Ontem, finalmente vi o Babilônia 2000. Coisas do Canal Brasil. Vontade de voltar ao Rio.
>>> Na hora do intervalo, promessa de um encontro de alta catiguria e responsabilidade: Rogéria e Paulo César Pereio.
>>> Pelo menos dois grandes amigos reclamam de problemas com cabelos. Pois hoje à noite no GNT, matéria sobre revolucionários tratamentos contra a calvície.
>>> Candidato risível veio no quilo, mas eu adoro aquele que diz que vai combater o domínio da Microsoft. Bill Gates já pensa em estratégias de defesa, oh.
>>> Vendo american movies, penso que a origem de todas as neuroses daquela gente está no baile de formatura.
>>> Gastar dinheiro com livro ruim é péssimo demais. Pior quando um professor passou como "essencial"...
>>> Preciso devolver os livros da Socorro.
>>> Estou sem computador em casa. Dá para tirar um ganho disso.
* * *
Às vezes me vestem injustamente de megera.
O problema está no *injustamente*.
Não sei como explicar. E acho que não devo.
* * *
Estou no
Multiply. Agora, me expliquem.
* * *
Um adendo às 18:31:
Acontece com mais alguém?
Procurando inocentes "free polyphonic ringtones", caí num site de putaria pesada. Rapidamente fechei, mas agora fica direto abrindo pop ups de mulheres com peitões siliconados à mostra. Estou me sentindo como protagonista daquela cena que só aparece nos extras do DVD de "Simplesmente Amor", quando a mesma coisa acontece com o personagem do Liam Neeson.
Um negócio desse, normalmente, na minha casa, já me estressaria deveras.
Agora, imagine que estou no trabalho.
E do jeito como esse pessoal da informática é neurótico, a ponto de bloquear acesso a tabelas do IBGE, daqui a pouco, estão todos aqui, vendo quem foi o responsável pela anormalidade no sistema.
PS: Nunca mais charlar pela internet procurando besteiras no horário de trabalho.
domingo, setembro 12, 2004
"
Fortaleza já foi mais divertida. Que o digam Leonardo Pinto e Maurice Capoville, que daqui partiram pra nunca mais, ou simplesmente para uma breve temporada. Era fim de século e Fortaleza se imaginava mais criativa, mais cinematográfica e mais irreverente.
Longe, muito longe dessa cidade brocha onde você precisa sempre estar enchendo o copo ou paciência de alguém pra vida ficar divertida."
Não fui nem eu que disse. Mas concordo plenamente com ele.
Como esse blog, por algum motivo inexplicável, inventou de não aceitar links, vamos creditar por outro método: ele é o Fernando Costa. Você vai lá no "No Olhar", clica em "Buchicho" e procura a coluna "Ópera Bufa". Pronto.
sábado, setembro 04, 2004
Esse texto anterior, relendo hoje, não gostei, sentimentalóide demais. Embora eu seja sentimentalóide demais. Às vezes, mas sou.
Escrevo um blog, nada mais do que isso. O que me dá dinheiro, a minha profissão, me faz escrever coisas bem diferentes. E isso eu sei que faço bem. O resto não passa de um blog. Tem alguma coisinhas legais e só.
Não tenho pretensões, e quem não gosta não precisa ficar por aqui.
Dou até umas dicas bem melhores:
barbra brusk,
chris o.,
lígia diniz,
cecília giannetti.
Essas sim. Leve-as a sério.
* * *
Eu acho o design da Louis Vuitton muito feio. Acho pavoroso, para ser mais exata. Sempre me chamaram de doida quando dizia isso, mas um dia li no jornal alguém que pensava igual a mim e acho que sou uma minoria acompanhada nesse quesito. Daí vão dizer que isso é papo de gente pobre que não pode ter e inventa desculpa. Mas, pode ter certeza, mesmo que eu ganhasse os 31 milhões da megasena, não iria gastar meu dinheiro nisso. Porque é brega, muito brega.
Sim, isso foi um momento totalmente fútil. E eu sou cheia deles.
terça-feira, agosto 24, 2004
Se não tivesse havido antes "Encontros e Desencontros", com certeza "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" seria o filme do ano. O meu filme do ano.
Quantas vezes não desejei, tão fortemente que me comprimia os músculos, que existisse uma Lacuna? Uma pílula qualquer de tirar memórias, um tratamento de choque, qualquer coisa. Nada poderia ser mais doloroso do que o partir(se) só. Dor física mesmo.
Por algum tempo, senti raiva de blusas com qualquer tipo de xadrez. Por outro tempo, rejeitei óculos. Há poucos meses, quase cheguei a destratar pessoas por usarem um certo perfume. Livros, filmes, fotografias, mensagens, músicas - músicas principalmente, tenho um CD intocado - toda essa construção. A Lacuna resolveria.
Mas o filme é daqueles "todas as fichas do mundo caindo sobre a minha cabeça". Vale a pena apagar?
Saindo da tela e passando para a casa ao lado. Uma pessoa próxima. A mãe dela com Mal de Alzheimmer, a memória sendo destruída sem volta, sem chance... Tudo que foi lido, aprendido, vivido se desfazendo em um mundo alheio às nossas coisas e pessoas. Não por opção. A Lacuna é ficção, pelo menos enquanto S/A.
Mais fichas estilo "O Filho da Noiva".
O bom e o ruim das memórias, esse abismo. Mas para voltar a Clementine e Joel, costumava me perguntar se já sabemos que sangra, por que ainda procuramos a navalha e talhamos nós mesmos esse tal sentimento, não sem antes abençoá-lo?
Para afastar tal dúvida, agora evito os comportamentos repetitivos. Mesmo que as memórias fossem apagadas (por uma Lacuna ou até naturalmente - o que costumam chamar tempo), tudo se repete. Não necessariamente com a mesma pessoa, mas se repete.
Dizem que não aprendi nada com o filme, que entendi tudo errado. Não quero saber, interpretação é interpretação, cada um com a sua. Sentimento, então...
E daí se hoje self-protected chego a mudar de calçada quando aparece uma flor e dou risada do grande amor?
mentira
O que muda é o sentido que se dá. Tem amor que vira amizade e memória que dá em riso. Apaga-lo seria apagar-me também.
segunda-feira, agosto 23, 2004
BG: Love Playground, Air
Sabe pegadinha? É, aquelas do Faustão mesmo. Quer dizer, nem sei se ainda tem isso no domingo - a pegadinha; o Faustão e o Gugu, eu sei que tem - mas o importante é que todo mundo sabe o que é. Pois eu tenho uma sensação de que estou numa constante pegadinha e que alguma hora vai aparecer alguém da produção e me apontar uma câmera escondida. Somente relativo a manhã de hoje: pegar a Via Expressa (piada por si só) e ficar presa por dois carros que trafegavam em paralelo a menos de 40 km por hora (é, amigos de fora, a expressa daqui tem DUAS faixas em cada direção). Chegar naquela CGD do Cocó e ficar quinze minutos esperando que a recepcionista decida com sua amiga ao telefone se a festa do Cachorro Louco vai ser melhor do que a Galinha de Leão (sério, produção, que nomes são esses?). Chegar na casa do André justamente no momento de limpeza da fossa do prédio e dar de cara com mil baratas descontroladas (aí já estou num momento "Joe e as Baratas") e ficar louca pulando mais descontrolada ainda sob olhar incrédulo de crianças e velhinhos na praça do Papicu até que o porteiro apareça. Perdi o apetite para o almoço.
Sinceramente, estou receosa com o restante do dia.
Esse tipo de coisa só acontece comigo? Ou será que a cidade é um estúdio e tudo não passava de chroma-key? Nesse caso, podem depositar o meu cachê.
* * *
Amigos? É quase como querer que o Evander Holyfield dê um cheirinho no cangote do Mike Tyson depois deste ter lhe abocanhado um pedaço da orelha.
De onde eu tiro essas frases?! Mas todos ali me compreenderam na hora.
* * *
Super complicado voltar a esse blog depois de sua citação por aí. Quem diz que não se importa com opinião alheia blefa, e blefa feio. Mas como sou prática, principalmente às duas da manhã, optei por colocar o post de uma semana atrás, que não havia entrado porque meu PC da idade medieval apagou-se por completo na hora.
De hoje mesmo, só pra confirmar pra Ricardinho: ô paciência que a gente tem com quem é bonito...
terça-feira, agosto 17, 2004
A minha ausência deste espaço justifica-se por um certo abuso e pela minha orfandade de placa-mãe.
sexta-feira, julho 30, 2004
>>> Sabe a moça aí de cima? A partir do dia 7, sábado, o cinema do Shopping Benfica vai exibir uma mostra com ela, "Breakfast com Audrey Hepburn". Estarei lá, exceto nos meus plantões.
>>> Quarta-feira fui brincar de "air cuíca" e "air pandeiro" e constatei que a Amarílis continua sendo a mais fiel companheira de dancinhas exóticas, palhaçadas e boas tiradas.
>>> Não desejo mal à ninguém (sei que é difícil de acreditar, mas é verdade), mas fico me perguntando... por que todas as pessoas do mundo ficam gripadas, tem tosse, perdem a voz, ficam roucas... menos a Xuxa de Deus, que berra loucamente embaixo da janela do meu quarto. Ontem, não havia nem quinze pessoas na dita casa de orações, mas a potência dos auto-falantes chegava a mil.
>>> Eis o Fortal aí outra vez. alguém se enganou que ia vingar aquela proibição?
segunda-feira, julho 26, 2004
No berçário, a Sofia era a única que não chorava. E não é coisa de tia babona. Embora eu não negue o epíteto, digo que ali todos eram testemunhas. Ela apenas mexia as mãozinhas, descobrindo possivelmente aquilo tanto que lhe era novo. Dizem que os recém-nascidos não enxergam bem por causa do choque de luminosidade, explicou a enfermeira, a que era mais simpática. Eu já sabia que era linda, apesar da distância. Meu irmão queria uma foto, não podia entrar, só enfermeira. Senti falta de um flash com sapata, aquele fixo rebatia no vidro e só saía o clarão. Sem flash, mesmo que nada. Furtiva, a enfermeira me puxa pela mão e diz para eu tirar a foto rápido, antes que alguém chegue. Abre, então, a parte de cima da encubadora (é esse o nome?).
[pausa]
Quem me conhece sabe da minha paixão pela fotografia, aquela moldura tão fixa de um momento, único mesmo que dentro de um cotidiano. Das minhas maiores frustrações, uma delas, com certeza, é a falta de talento para "bater retrato". Mesmo dentro dessa afeição toda, sempre me deparei estranha sobre esse fenômeno do instante fotográfico. Naquele tempo, que pode ser de um milésimo de segundo, que pode mudar tudo, o que fazer? O profissional tira a foto, mesmo abrindo mão do momento em si, à vista crua. Mas e o amador? Manter o momento preso num retrato para toda a vida ou viver o momento único e guardar apenas na memória? Usar a janelinha automática ou a da alma?
[/pausa]
Foi assim que me vi ali. Não era nenhuma grande revolução para a humanidade, nenhum fato importante da história, nenhum furo jornalístico. Mas era uma vidinha nova, tão ansiosa e carinhosamente aguardada, que se mostrava ali na minha frente. A mãozinha abrindo e fechando. E eu ali no meio tempo. Sabia que ia vê-la por todos os dias várias e várias vezes, mas era o momento. Tirava a foto instantaneamente ou largava a idéia e via os detalhes do seu rostinho ainda desconhecido para mim? A enfermeira me pressionou, mandou ser rápida. Acabei pressionando o botão e ela me puxou pela mão de volta para fora, para trás do vidro. Como ela é só fui saber no dia seguinte. Algumas horas apenas, podem dizer. Frescura, teoriza demais essa garota. Vai entender... E quem disse que era pra entender?
Gostei da fala do Stuart no Fans Only do Belle & Sebastian, naquela hora que eles contam o que gostam, os fragmentos cotidianos tirando a parte popstar da coisa. Ele tinha uma câmera, que acabou trocada por uma caneta de astronauta. Achou que tinha feito um ótimo negócio, que valia centenas de libras. Descobriu depois que, apesar de escrever até debaixo d'água, não era lá esses balaios todos no mercado e se lamentou. Até descobrir que a caneta fazia as vezes de máquina e era até muito melhor. Mais não conto, que é para ver o DVD. E aproveitar para ter mais abuso ainda do Jô Soares.
terça-feira, julho 20, 2004
Quer me irritar? Diga que fiz algo que não fiz.
E a irritação é ainda maior quando a pessoa me conhece o suficiente para saber que eu jamais faria tal coisa. Tenho verdadeira ojeriza a comentários anônimos. Já fiz. Once, mas fiz. Há muito tempo. Logo me toquei da infantilidade que era e desde esse dia tudo o que eu tenho a dizer eu digo é na cara. No máximo por carta, e-mail ou telefone. Mas tudo muito bem assinado. Cogitar que eu tenha sido autora de um comentário anônimo por aí é no mínimo incoerência. Fui ver o tal. Olha, meu caro, se não confia mais no meu caráter, ao menos respeite minha inteligência. Tenho argumentos bem melhores e um português bem ok, tá?
Agora, me devolva esse peso de papel, que eu não quero mais nenhuma das tuas indelicadezas me incomodando.
* * *
Sim, o Orkut me ajudou. Estava decidida a comprar aquela câmera HP ou uma Sony P100, mas o fórum de fotografia digital me fez desistir. Devo ficar mesmo na tradição, Nikon ou Canon.
segunda-feira, julho 19, 2004
Dia de domingo, lá venho eu da praia, quando resolvo parar naquele posto Bela Vista da Pe. Antônio Tomás para colocar gasolina no carro. O frentista se aproxima e diz de cara que a gasolina está R$ 1,94. Eu sei, eu sei, moço. Ele começa a completar que o diesel tá custando tanto e o álcool outro tanto. No carro, as pessoas começam a estranhar a atitude do frentista. "A senhora quer saber mais alguma coisa?", pergunta e completa que "o gerente não tá aí hoje". "O que mais a senhora quer saber?"
"Se você pode colocar 30 reais da comum, por favor"
... "A senhora não é a moça do jornal?"
Daí pude entender: de tanto fazer matéria sobre o vai e vem no preço da gasolina, já estou é conhecida nos postos, amiga dos frentistas e gerentes. Será que não me dão um descontinho?
sexta-feira, julho 16, 2004
Tia ostra
Branca, cabelos pretos espetadinhos e bem tranqüila.
A Sofia é linda, vocês precisavam ver. Sei disso há 24 horas.
terça-feira, julho 13, 2004
HP PHOTOSMART 945
Submarino
Darty
439 EUR
é o mesmo que R$ 1.655,24
segunda-feira, julho 12, 2004
Sempre considerei o Rock Around The Clock como o início (pelo menos "formal", digamos assim) do rock. Mas já que agora inventaram de dar uma atrasada na data e colocar o Elvis Presley como o intérprete do primeiro rock com That's All Right (Mama), posso dizer que eu e o rock somos assim meio irmãos por dividir o dia. Assim, encarnando um Rob Gordon e seguindo a velha formulazinha do Top 5 puxada ontem pelo Vida & Arte, a minha listinha. Critérios meramente pessoais, aqueles que ouvi e tum bateu, uma coisa catatonia. Nem em ordem tive coragem de colocar.
- Revolver, Beatles
- Pet Sounds, Beach Boys
- The Queen Is Dead, Smiths
- Ok Computer, Radiohead
- Ziggy Stardust and The Spiders From Mars, David Bowie
sábado, julho 10, 2004
Mariana tinha razão quando me disse que eu receberia um monte de ligações inimagináveis no meu aniversário por causa do Orkut.
Ô Orkut pra dar dor de cabeça, aliás.
As pessoas nos decepcionam com mesquinharias. E eu nem consigo imaginar o porquê.
Pois é... nem sempre nossos amigos são amigos de nossos amigos ou somos amigos dos amigos de nossos amigos.
Será coisa de signo?
Horóscopo e balança são duas coisas em que não acredito, mas às quais não resisto. Não posso ver um que lá estou.
"Por força desse destino, um tango argentino me cai bem melhor que um blues" (é cai, faz ou vai?)
Hoje é noite de champagne.
Muito feliz por não estar mais trabalhando com política!
sexta-feira, julho 02, 2004
Nada me atinge. Sabe felicidade? Pois é.
Beber água faz bem aos rins, e todo mundo sabe. Em alguns casos pode fazer bem aos olhos. Espero que possa fazer ao coração também.
Sim, foi uma mensagem cifradíssima.
segunda-feira, junho 21, 2004
BG: Uma do Air, esqueci o nome
Amanhã estarei no Rio, mas mal aproveitarei a cidade, ficarei o dia inteiro trancafiada num auditório. À noite, porém, quero dar uma fugidinha rápida do meu hotel em Côpa Copacabana. Quarta-feira, já tenho que estar batendo cartão de ponto em Fortaleza. Amigos cariócash, comuniquem-se agora ou calem-se para sempre.
* * *
Renatinha palindrímica não me faz mais inveja com seu 1 Gb:
MONICA LUCAS ARROUBA GMAIL PONTO COM
(Aliás, esse é o único e-mail pessoal que é permitido abrir no trabalho AINDA)
* * *
Aline, a Teixeirão, aparece por aqui em julho, informa toda a quadrilha.
* * *
O menino bonito não é somente um menino bonito.
Isso é um problema, é um PERIGO.
(E lá vou eu mais uma vez quebrar aquela promessa do mundo astístico nunca mais)
* * *
Não sei o que passou pela cabeça dela.
"Pensamento e piolho, ora"
(Essa Laylinha consegue me fazer rir até quando estou triste)
domingo, junho 20, 2004
Rituais de despedida não são fáceis, ver a dor de alguém que você gosta e não saber o que dizer justamente por saber que nada do que fale vai diminuir aquela dor é uma sensação triste, uma impotência, uma falta de jeito. Sim, foram dias tristes estes últimos.
terça-feira, junho 15, 2004
Momento ciuminho
Acho que te conheço de algum lugar...
Sim, nos conhecemos naquele evento tal!
Ah, é verdade. Você estava até com aquele (profissão do indivíduo) bonito, tudo de bom. Como é mesmo o nome dele?
Fulanoggggggrrrrrrrr
Carnívora
Princípio de anemia.
(Eu sempre achei essa menina muito pálida)
Recomendações médicas: uma caixa de wzxkthdcfs (eu lá entendo letra de médico) e mudanças na alimentação. Agora, tenho uma boa desculpa para restabelecer a carne vermelha no cardápio desta casa. Eu tenho caninos e quero uma picanha agora.
***
Permito-me momentos fúteis. Não quero morrer doida.
segunda-feira, junho 14, 2004
BG: Divino Maravilhoso, Gal Costa
Realmente, a internet é um celeiro de loucos. Em rápida passagem por comunidades de que não faço parte no Orkut, vi uma garota dizer que dinheiro e amor andam juntos e outra completar que o cara deve pagar motel porque ela já gasta muito dinheiro com depilação, roupas e maquiagem para o namorado. Ai, meu Deus, quer dizer que eu sou a única que me depilo, me visto e me maqueio, namorando ou não? Mas essas são apenas doidinhas sem noção, ao menos por enquanto. Pior foi ver um cara dizer que prostituição infantil era herança de nossa ascendência indígena (!) ou outro sugerir que uma menina se matasse por não gostar do lugar onde mora. Ainda me deparei com uma comunidade homofóbica cheia de gente doente. Sem falar nos corajosos do anonimato. Males da democracia virtual.
sábado, junho 12, 2004
BG:
Skin, Wannadies
Mais um chien que promete sumiu nessa Fortaleza. Eis que saindo de um almoço de negócios (olhe, como sou chirrrque), o motorista me mostra um panfleto com um cachorro daqueles do ig. Sobre a foto, um PROCURA-SE em letras garrafais; embaixo, um "recompensa-se bem" seguido de várias exclamações. O motorista nos explica que se trata do cachorrinho querido de dona Yo. Então, a recompensa realmente promete. No meu caso, poderia ser uma promoção, já estava bom. Pensei em aproveitar meu dia de folga para rodar vários quarteirões da Aldeota em busca do chien très riche, mas não deu certo. Mas acho que ainda está em tempo de escrever uma crônica.
* * *
Para você que não acreditou que existe uma comunidade dedicada à Mórbida, ô
Órbita, que diga.
Aliás, por que algumas pessoas insistem em chamar de O Órbita? Se Órbita é um substantivo feminino, assim como qualquer outra coisa que possa acompanha-lo, tipo boate, danceteria, discoteca, casa de shows... De todo modo, pouco importa, não vou lá mesmo.
* * *
Todo dia me pergunto por que não contrataram o diretor de arte.
quarta-feira, junho 09, 2004
Vamos dizer que eu acredite...
Sabe o
ano do macaco?
Com um pouco de atraso, mas começou.
yeah!
terça-feira, junho 08, 2004
BG: Anybody want to take me home, Ryan Adams
Por favor, não me mandem mais esse e-mail que diz que "as mulheres são como maçãs em árvores". Vez por outra tem uma febre de todo mundo sair mandando frases ou textos (alguns até bons, outros idiotas) com assinatura de personalidades. Agora, são as tais das mulheres-maçãs, que todo mundo reenvia e cola nos blogs como se fosse um texto feminista. Primeiro, digo de cara que feministas (ou aquelas que se apossaram do termo) são um pé no saco. Quer se fazer de feminista, pois faça direito, ô minha filha. Imagine, chamar de feminista, achar bonito e ficar reproduzindo um texto que coloca as mulheres em condições de maças, todas paradas esperando que algum homem as venha colher. Não bastasse o tom ser patético, o texto também é primariamente escrito e leva a assinatura do pobre do Machado de Assis. Posso até estar enganada, mas li boa parte da obra dele e não vejo nesse texto o estilo machadiano, não. Onde é que ele teria escrito isso, hein? Bora, diga. Acho que ele tinha mais o que escrever do que essa baboseira aí. Se foi ele mesmo, é uma lástima; pequena, mas ainda assim uma lástima. Na verdade, não creio que seja dele (du.vi.do), mas a griffe é que dá popularidade a uma besteira escrita por qualquer mané.
segunda-feira, junho 07, 2004
Por quê?
Porque eu odeio pessoal de RH.
Em uma recente entrevista de emprego...
Você vai fazer 24 anos, né?
Isso.
E você veio para Fortaleza há quanto tempo?
Hummm... Cerca de 20 anos.
Você veio só ou com seus pais?
Ahnn?!
Possíveis respostas para a senhora RH:
a) Vendi o videocassete dos meus pais e fugi de casa.
b) Vim engatinhando, cheguei ontem.
c) Vim com uma cegonha muito doooida...
d) A senhora não vê Jornal Nacional? Sou mais uma vítima de Wilma Farias. Aliás, meu nome de verdade é Sorayah.
e) Ahn, acho que estou na entrevista errada. Essa é a entrevista para vendedora externa? Não? Mas, a propósito, a senhora conhece o espetacular lançamento do mês, a tabuada?
domingo, junho 06, 2004
Todo mundo já falou da porcaria da chapinha do Lenny Kravitz. Tá, ficou um cu, mas pior é o loser do Thyrso ter seguido a idéia. E a Alicia Keys, que não sou fã, mas é bela, num clipe novo que vi no Multishow? Aposto como ainda se paga (e se pede) pra fazer merda no cabelo.
* * *
Particularmente, não sou do tipo de pessoa que adora crianças, exceto as minhas (quero dizer minhas sobrinhas), mas adoraria ter um robô-bebê. Já perceberam como muitas portas se abrem por causa de um bebê? Até as pessoas mais antipáticas, exceto as que não dão muita bola pra criança, se abrem em sorrisos por causa de uma. Essa semana, uma das criaturas mais ogras que já conheci sorriu e até brincou, e não foi apenas com o bebê. Até me deu "bom dia". Um fenômeno.
quinta-feira, junho 03, 2004
Não fossem as calçadas mal tratadas e o sol sem tréguas de Fortaleza, andar a pé seria um prazer. Mesmo que o horário dos compromissos seja o mesmo, a caminhada me faz ter menos pressa e o tempo parece mais elástico. Sem as limitações espaciais do carro, sinto-me mais parte da cidade e me atento a seus detalhes, aqueles que muitas vezes passam despercebidos. Gosto quando tem brisa, pena ser raro, pois aprecio mais do que o ar artificialmente gelado. Quando viajo, sou obrigada a pegar ônibus, metrô, andar por tantas ruas. Mas não me importo, aguça meu olhar de turista: observo a natureza, as arquiteturas, as pessoas que passam.
Aliás, isso é algo que estranho muito em Fortaleza, a ausência de pessoas andando nas ruas. Desconsiderando o Centro e alguns bairros, a cidade parece ser feita apenas de carros, principalmente na Aldeota e adjências. Sinto falta de pessoas, a sensação é de solidão, de exclusão, uma frieza, mesmo debaixo de tanto sol. Até um certo medo. Apesar de saber que São Paulo é uma cidade violenta, não me sentia tão insegura. Andávamos de noite no frio e encontrávamos outras pessoas fazendo o mesmo. Há um movimento, a cidade não pára, seja no asfalto ou na calçada. Ou ainda por baixo deles.
* * *
Há quem esteja tão acostumado com carros que estranhe encontrar alguém andando a pé. Ontem, um amigo me reconheceu na rua e buzinou. Ao me aproximar, a primeira pergunta que fez, antes do "tudo bom?", foi se eu estava sem carro, se tinha vendido. Respondi que não, que tinha deixado em casa. Um espanto no rosto dele seguido de um "por que você está a pé então?" foi a reação. "Meu Deus, André, você esqueceu onde eu moro? A dois quarteirões!". Ele: "Eu sei, mas mesmo assim..."
Mesmo assim... eu estava indo de casa para o trabalho, uma distância exata de cinco quarteirões entre os dois. Além de ser muito perto para chegar a cansar, é meio ridículo ir de carro para lá. Centenas de pessoas se dirigem para lá todos os dias. E estacionam onde? Ao redor da empresa, claro. Já aconteceu de eu ir de carro para lá porque estava indo de outro lugar e estacionei a dois quarteirões de casa. Ainda tive que dar uma volta imensa para chegar em casa por causa da mão das ruas.
A pé me estresso menos. Trânsito é algo muito irritante; não que como pedestre eu também não faça parte dele e me estresse às vezes. Mas não há comparação. Quinta-feira é dia de me estressar, pois tenho que ir do Pici para o jornal, e a maneira mais rápida é dirigindo. Hoje, tive sorte de achar uma vaga assim que cheguei e bem em frente à minha portaria. Nem precisei dar várias voltas procurando. Ótimo, pensei. Na verdade, eram duas vagas (!) e eu estava esperando o outro motorista terminar as quinhentas manobras dele (nessa hora eu lembrei daquela propaganda do "Profissionais do Ano" com o carrinho tentando uma baliza na vaga imensa). Estava parada, dando seta, bem certinho. Quando o cara termina a manobra, e eu estou indo, vem um cara num Gol vermelho e toma a vaga na maior cara de pau. Buzinei com toda a força que a buzina de pipoqueiro do Uno permite e o mané fez rir da minha cara.
Bom, lá fui eu para uma nova ronda até achar uma outra vaga. Quando chego na frente da portaria, após andar três quarteirões, lá está o mané no celular, acho que queria anunciar nos Classificados. Meu humor já não estava muito bom e, ao me aproximar, o cara soltou a brilhante frase "queria minha vaga também, hein? hehehe".
Pra quê?
"Hehehe é o cacete, meu filho. Você comprou a carta onde, imbecil, que não me viu dando sinal? Ou é cego?"
Um taxista interfere pedindo calma.
"Hehehe... tá nervosinha, hein? Calma, princesa"
(Não sei o que é mais irritante, se o "hehehe", o "hein?" ou o abominável "princesa")
"Não estou nervosa, eu sou nervosa e a culpa é de idiotas como o senhor que não deviam nunca ter um carro para não fazer merda na rua"
"Grossa você, hein?" (olha o "hein" de novo!)
"Grosso é o senhor. E o senhor não me conhece: eu sou GROSSA E MEIA"
Segundo o taxista, após a discussão com o mané, "Esse povo é fogo mesmo, moça. Não sabe dirigir e ainda se acha engraçado"
Eis um taxista que sabe reconhecer um cafuçu. Porque esse era, era mesmo. Em todos, absolutamente todos, os sentidos.
* * *
É claro que amanhã vou a pé.
quarta-feira, junho 02, 2004
BG: The Small Pront, Muse
Ricardinho tem razão quando diz que as pessoas dão importância demais a blogs. Eu mesma já comprovei isso várias vezes. Mais uma: um conhecido meu veio reclamar do post sobre o homem cafuçu. Bacana que em vez de me dar uma alfinetada em forma de post ou comentário (como é comum nesse meio), ele veio me falar pessoalmente. Também respondi na hora e ele entendeu o que quis dizer. Coloco aqui o que respondi para as pessoas que pensaram o mesmo que ele, mas não tiveram coragem de falar comigo.
Esse conhecido estava sentindo-se ofendido, pois tinha se visto em alguns ítens. De fato, ele e várias outras pessoas com quem convivo apresentam algumas daquelas características. Quando mostrei essa lista ao Marcelo, ele me disse que era impossível encontrar alguém que não estivesse enquadrado em ao menos um dos tópicos. Meu irmão, por exemplo, anda por aí pra cima e pra baixo com blusas do Corinthians e ele sabe que eu não considero elegantíssimo. Meu pai usava roupas que eu jamais compraria pra ele e nunca escondi isso. Assim como ele reprovaria 90% das roupas que compro. Padrões estéticos, meu caro, todo mundo os tem. O que muda é a importância que se dá a eles, como eles interferem no seu julgamento e no relacionamento com as pessoas.
O que não dá é para levar a sério uma lista dessa feita de putaria numa mesa do Avião. Embora eu não goste de pochete ou mocassim, não vou deixar de falar com alguém que use. E olhe, sou bem sincera, digo é na cara que pochete e mocassim é uó. Mas se a pessoa acha legal, que use e pronto, sem ligar para o que eu digo. Afinal, é como eu disse no post anterior, auto-anulação é o pior defeito. Perto de mim eu quero pessoas boas, independentemente de como se vistam. Conheço várias que são super style, mas se divertem humilhando (ou achando que humilham) os outros. Vale a pena tê-las por perto? I don't think so.
Foi só uma lista, não significa que eu dê muita importância a ela. Não é nada além de algumas considerações. Peco pela generalização, é verdade. Sei que não é todo cara que usa camiseta de futebol que é cafuçu, mas convenhamos que a maioria dos cafuçus usam. Na verdade, creio que o cafuçu é mais comportamental do que estético, daí a minha repulsão. Posso conviver com um cara que use mocassim (mas repito que é feio demais, meu povo), mas não com um que fala pegando nojentamente na gente (porra, tens uns que parecem que já estão te comendo) ou que coloca "mulé e cachaça" no mesmo patamar. O problema é já estou com a percepção de cafuçagem domesticada e acabei botando tudo no mesmo saco.
A todos que se sentiram magoados, peço desculpas e que não deixem de ser meus amigos, pois gosto de vocês até pelados.
Mas que mocassim de franja e pochete são feios, isso são.
Não vou dizer o contrário só pra agradar. Assim como meu amigo não vai deixar de usar Rider por causa dessa lista.
terça-feira, junho 01, 2004
Lá se vão quatro anos desde que eu escutava do meu professor de Jornalismo Informativo que iria me perder se enveredasse por alguma editoria de comportamento ou cultura. Para ele, era um desperdício de potencial eu me meter com "jornalismo de frescura"; era assim que ele jogava tudo num mesmo balaio. Adepto do jornalismo à moda antiga, com um ideal romântico da profissão e um talento incontestável, sempre caía em discussão comigo e alguns outros por causa dessa visão, que não é apenas dele. Acho que é bem capaz de me dar uns cascudos quando souber que estou fazendo Estilismo, que quero me especializar em Comunicação e Moda. O que diria a ele é que a cada livro que leio sobre o assunto, a cada aprofundamento, mais me afasto da idéia da futilidade tão associada à moda.
A moda ainda é vista como roupa, indumentária; estudar moda, para muita gente, é querer fazer roupinhas. É tão difícil convencer alguém já tão mergulhado no senso comum de que se trata de um universo tão maior, tão mais rico, que ganha estudos diferenciados na economia, história, antropologia, psicologia, comunicação... É aí que entra meu maior interesse, óbvio. Mas é complicado mostrar que a interface entre comunicação e moda vai além do jornalismo de moda, dos suplementos femininos. Até Barthes e Eco já se debruçaram sobre ela. Se bem que, sinceramente, não vejo problemas em escrever para jornais, revistas, portais, o que for, o chamado jornalismo feminino ou de moda (embora não aceite que sejam usados como sinônimos, como costumam ser). É possível, sim, escrever sobre moda sem soar fútil.
Mas é muito foda quando uma pessoa que pensa como eu se depara com algo que desconstrói a sua argumentação com apenas algumas páginas de jornalismo mal feito e sexista. Infelizmente, nem toda revista feminina é a TPM (embora ache que ela já começa a cair em algumas repetições), que não vê a mulher como um robô auto-programado para ser uma sombra disfarçada de mulher forte. Caiu-me às mãos uma Elle,
edição de março (na verdade, o link é meramente ilustrativo, pois o conteúdo não é disponibilizado integralmente). Não sei se fiquei mais abismada como jornalista, como estudante/estudiosa de moda ou como mulher, simplesmente.
A matéria intitulada "Roupas para Espantar" era um verdadeiro manual de auto-anulação com uma lista do que os homens (estes seres supremos a quem temos obrigação de agradar para garantir nossa felicidade) gostam ou não gostam que suas namoradas usem. Namoradas, claro. A matéria tem que fazer essa diferenciação, pois existem roupas e acessórios (e, consequentemente, condutas) que são apreciadas em outras mulheres, desde que não seja a sua (sim, já existe a propriedade privada em forma de gente). Deste modo, todos os homens também são jogados numa vala comum, seres indiferenciados com gostos e expectativas comuns. Se todo homem é igual, então há um padrão que deve ser seguido por todas as mulheres para atrair a todos e prender um deles, que receberá a denominação de namorado ou marido. Pois, claro, a mulher não deve se "descuidar" após o casamento.
Nem mesmo o depoimento dado pelo Marcelo Quadros mudou o tom dado pela revista. O estilista que fez fama criando modelos glamourosos e altamente femininos (que seriam os favoritos dos homens - lembre-se: eles é que são o motivo de nossa existência) criticava claramente essa ditadura. Segundo ele, o que os homens vêem não é uma roupa esteticamente falando (como quer nos fazer crer a matéria), mas um conjunto de posturas, de condutas, de significados próprios e individuais. Portanto, se há um padrão estético que muitos homens admiram, geralmente, é mais pelo que ele representa. Se tem homem que odeia cabelo curto, pode ser que ele não goste esteticamente daquilo, mas pode ser também que ele tenha repulsa a idéia de estar com uma mulher que tem um comportamento baseado nas próprias regras e não na sociedade, no namorado ou nos homens, já que a regra vingente é o cabelo comprido e o senso comum diz que esse é o mais admirado. Mas a revista apenas copia e cola as respostas do estilista, sem fazer nenhum comentário ou reflexão, como se ele corroborasse as idéias da revista.
Óbvio que no último parágrafo a matéria tenta tirar o sujo, lembrando que "o mais importante é ter personalidade e não tentar ser o que não é" e outros blablablas do tipo. Aí completa dizendo que nenhum homem vai achar bonita uma mulher que é artificial, que finge ser outra. Ou seja, no final das contas, a personalidade não é importante para si própria, mas sim para servir o homem. O objetivo principal da vida da mulher continua sendo o mesmo: conquistar e prender um cara. Só assim ela será feliz, mesmo que totalmente amarrada.
Fiquei me perguntando para quem diabos eram feitas aquelas matérias, pois me recusava a acreditar que alguém fosse seguir os "bons conselhos" desta revista. Do meu lado, uma senhora já passada dos quarenta comentava em tom de reprovação que uma sobrinha já estava indo para o terceiro casamento. Aceitei que essas revistas eram feitas para pessoas criadas e mergulhadas no senso comum, das gerações mais antigas. Pouco depois, porém, soube que uma conhecida minha, toda metida à emancipada e moderna, cortou os cabelos apenas porque o namorado entrou na comunidade que idolatra mulheres de cabelos curtos no Orkut. Ela que não podia em ouvir falar em corte chanel e que tem uns vinte e poucos anos.
* * *
Se você ficou curiosa para saber o que "espanta" os homens, vou citar alguns itens de que me recordo. Vamos lá, com isso aqui, meu bem, você se torna o lobo mal dando carreira nos porquinhos:
- Roupas justas, curtas ou decotadas.
- Roupas largas, compridas ou muito fechadas.
- Sapatos muito altos.
- Sapatos baixos demais.
- Jóias e bijuterias chamativas.
- Não usar jóias ou bijuterias.
- Roupas extravagantes.
- Roupas de desfile (esse ítem achei ótimo!).
- Cabelos curtos.
- Maquiagem forte.
- Esmalte escuro.
- Esmalte nos pés.
- Cabelos vermelhos.
- Roupas que façam referência ao universo masculino (coturnos, ternos, blusas de time de futebol ou bandas de rock, risca de giz).
Agora, se você tiver longos cabelos louros na chapinha, usar vestidos fluidos e florais na altura do joelhos com sandalinhas de salto médio e mostrar mãozinhas com as unhas pintadas de rosinha claro, terá todos os homens aos seus pés e será muito feliz e realizada. Poderá escolher um entre todos (muito parecidos entre si também) e terá realizado sua missão de vida.
Já eu que tenho cabelos curtos, uso saia curta e blusa de banda de rock, pinto as unhas de vermelho e não dispenso meus colares de bolotas, devo estar fodida (ou não) para o resto da vida, carregando um mar de solidão e infelicidade.
Ainda bem que a Elle abriu meus olhos! Estou indo à farmácia 24 horas nesse momento, mas ainda estou em dúvida entre o Louro Mel e o Louro Claríssimo.
Digam, rapazes, o que vocês preferem?
domingo, maio 30, 2004
Certa vez recebi um e-mail de uma menina que se sentiu muito ofendida com um post sobre a casa de orações que perturba a minha vizinhança todas as noites da semana. Ela me perguntava o que eu tinha contra Deus.
Contra Deus?
Contra Deus eu não tenho absolutamente nada. Quem disse isso? Estudei em colégio jesuíta a vida inteira e por mais que a religião católica não responda a muitas das minhas dúvidas, não há como não conservar um resquício que seja de tantos anos. O que essa garota (e talvez muitos que passem por aqui) não entendeu que o que escrevi nada tinha a ver com religião. Pouco me importa se é uma casa de orações, um terreiro de candomblé ou um centro espírita. Cada um que tenha sua fé a seu jeito, contanto que com respeito aos outros. Não digo respeito à fé, digo respeito, simplesmente.
Quer rezar, ótimo. Quer louvar, ótimo. Quer cantar e gritar todo o seu amor por Deus, ótimo. Mas vá fazer isso em uma área isolada, não-residencial, como a casa de orações que a Neném freqüenta semanalmente lá no Eusébio. Se você quer ter sua casa de orações no meio da cidade, não quer gastar sua gasolina e perder seu tempo, então respeite as leis. Não é em todo canto que se pode montar qualquer templo religioso. Montado, tem que haver isolamento acústico e respeito à lei do silêncio. E às leis de trânsito. Puta que pariu, um cidadão trabalha o dia inteiro, pega um trânsito lascado e não pode entrar em casa porque um bonitinho estacionou na frente da garagem! Porque um bando de bonitinhos estacionou embaixo da placa proibido estacionar, ocupando com seus amiguinhos de preces os dois lados de uma rua estreita e mão-dupla! Ontem, a cantoria foi até meia-noite com microfones e alto-falantes reverberando por quarteirões. Liguei para reclamar, mas ninguém atendeu. Provavelmente, não dava para ouvir o telefone.
Não, eu não tenho nada contra Deus. Tenho contra os usos que fazem do nome Dele, uso no pior sentido que a palavra "uso" pode ter. Tenho contra esse bando de gente arrogante e egoísta que, em nome de Deus, atropela qualquer noção de bom senso. Gente egoísta, sim. E, subvertendo a lógica do lead jornalístico ("a informação principal deve estar no primeiro parágrafo"), dou a notícia quente somente agora: eu acabei de presenciar da janela do meu quarto um assalto bem em frente a dita cuja igreja. Um assalto que ocorreu, em parte (não dá pra esquecer a situação da segurança pública no estado), por conta do egoísmo de seus freqüentadores.
Imagine uma rua estreita de duas mãos com carros parados dos dois lados, como eu já disse. Agora, pense que todos querem parar bem na porta da casa de orações porque não podem caminhar dois metros. Aí, cada carro que pára é meia hora para despachar a galera porque absolutamente ninguém está dando bola para o engarrafamento atrás de si. Nem o motorista encosta o carro mais a frente e nem as madames se apressam. O motorista do carro de trás buzina e xinga para em seguida fazer a mesma coisa. Ninguém é capaz de dar uma mínima ré para o outro carro passar. Porque, claro, cada um por si. O discurso da solidariedade é do muro para dentro.
Pois bem, nesse cenário de congestionamento por causa de um carro parado no meio da rua esperando sei lá quem sair da igreja, entre as buzinas, ouvi um barulho diferente. Pensei que fosse uma batida, mas quando cheguei à janela, vi um cara batendo com força o cano de um revólver num carro parado. No desespero, a mulher buzinou com força, arriscando-se a levar um tiro. O motorista da frente não se mexeu um centímetro, mesmo não havendo tráfego algum na frente dele. Muito provavelmente porque pouco se importa com as buzinas de reclamação e ouviu essa como se fosse mais uma, quase sem ouvir. O assaltante arrancou a mulher de dentro do carro e levou todos os pertences de valor dos ocupantes. Ainda aproveitou e assaltou o carro do lado que ia em sentido oposto e também estava parado, pois tanto um quanto o outro se recusavam a dar passagem ao trânsito.
Os ladrões fugiram e metade do povo da casa de orações veio para a rua. Nessa hora aparece cada valente, uma coisa. A outra metade dos fiéis permaneceu na igreja rezando como se nada tivesse acontecido. E a missa continua em alto volume, como sempre. Deve continuar até altas horas também. E aposto como na hora da saída vai se repetir esse cenário de caos, pois é sempre assim. Não acredito em lição, em Deus vingativo, essas coisas, mas as pessoas dessa igreja deveriam refletir mais sobre suas atitudes, seus egoísmos e ostentações.
Acho que ainda tiveram sorte. Se os ladrões tivessem resolvido entrar e fazer uma limpa geral, não precisariam mais "trabalhar" até o final do ano. Pois passe aqui na porta e veja que só tem carro importado e a galera nos ouros.
Igreja onde pobre não entra não merece minha confiança. Mas esse é assunto para outro post.
Repito: esse post não foi sobre religião.
sábado, maio 29, 2004
Ok, atendendo a pedidos... dei uma organizada na lista elaborada na mesa do Bar do Avião em alguma noite quente qualquer de janeiro. A princípio, me imaginei muito desocupada, mas na verdade essa lista é de utilidade pública. Claro que esses ítens não são fixos e que um homem pode carregar uma ou duas dessas características (dependendo do homem e das características, óbvio). Sem mais delongas...
O Homem Cafuçu - natureza e postura
1. Não tem pescoço. Quando tem, é aquele de Vitor Belfort.
2. É musculoso da perna fina.
3. Anda e senta como um orangotango.
4. Tem pêlo nas costas.
5. Tem chulé.
6. Fala cuspindo.
7. Em pé, está sempre escorado ou com os braços cruzados e os polegares de fora.
8. Sentado, escora os braços sobre o bucho ou levanta a blusa e fica passando a mão na barriga.
9. Coça o saco.
10. Invariavelmente tem o cabelo feio, e isso ganha um tópico isolado a posteriori.
O Homem Cafuçu não liga pra "frescura"
1. Não toma banho e tenta disfarçar o furdum com qualquer perfume barato.
2. Nas raras ocasiões em que se banha, o faz com Spree Limão ou algum semelhante cítrico e fedido.
3. Repete a cueca sem lavar.
4. Acha que chave do carro e tampa de caneta Bic podem substituir tranqüilamente o cotonete. O dedo também serve e, portanto, a unha do dedo mindinho é conservada maior para essa atividade.
5. Para ele, comida é buchada, panelada, carneiro. No mínimo, uma picanhazinha. No Assis, Choppicanha ou no Picanha Grill, de preferência.
6. Come com a mão ou com os braços apoiados na mesa e a boca a menos de dez centímetros do prato.
7. Depois de tudo, palita os dentes à mesa. Ou usa o dedo. E ainda fica chupando as carninhas.
8. Sempre sai do recinto com a barba suja de farofa.
9. Diz que arte é coisa de viado. Sua leitura resume-se ao caderno de esportes, sites de putaria e livros de anedotas do Ary Toledo.
10. É fã do Van Damme, do Chuck Norris e da Pamela Anderson - claro! Filme de arte é coisa de viado, já disse.
O Homem Cafuçu - um ser social
1. Chama todos os amigos por machu, viado, barão e fêla da puta e gosta de dar tapinhas nas costas, empurrõezinhos ou soquinhos.
2. Sempre fala pegando, encarando o decote e chama as colegas de apelidos ridículos do tipo amorzinho e princesa.
3. Se acha muito gostoso e canta ofensivamente toda mulher que passa por ele. Sempre com cara de tarado e voz de latin lover bêbado.
4. No trabalho, sempre que pode rouba dos colegas, canetas, agendas, clipes - afinal eles também servem para limpar o ouvido.
5. Manda spams para toda a lista de contatos com fotos de putaria, piadas sem graça, falsos boatos e - o pior - correntes.
6. No trânsito, dirige com o banco lá atrás e o braço reto (mesmo que tenha 1.50m de altura). Tem um som potente, ouve forró, funk, sertanejo ou pagode e joga lixo na rua. Canta pneu também.
7. No ônibus, fica pinando.
8. Conta piada e acha que é engraçado.
9. Chama os amigos para as festas que tem "muita mulé e cachaça"
O Homem Cafuçu e a moda
1. Usa blusas de time de futebol, geralmente um número menor que o seu. (Claro que estão dispensadas dessa categoria as blusas de times cool europeus e, em algumas ocasiões, o uniforme nº 2 da Seleção Brasileira)
2. Usa blusas com personagens marrentos tipo o Bad Boy ou fofos e meigos como o Piu-Piu. (Aqui também há espaço para exceções. Bacanas são a Mafalda ou o Calvin, por exemplo)
3. Calça sapatilhas tipo mocassim com franja. Sem comentários, o cão estava muito inspirado nesse dia.
4. Faz a barra da calça virada para fora. (Alguns podem porque conseguem tirar o ranço brega. Mas são poucos, muito poucos)
5. As calças e shorts estão sempre abaixo da pança e mostrando o cofrinho.
6. vai à praia com bermudas do Seu Boneco ou shorts do Fortal.
7. Usa chinelo um número menor, com o calcanhar relando o chão.
8. Gosta de Rider.
9. Tem pochete.
10. Compra blusas regata.
quinta-feira, maio 27, 2004
Verdade. Estou em Fortaleza novamente. Minha garganta deve voltar por esses dias também. Viagem abreviada. Planos adiados por uns dois anos, provavelmente. Tudo porque agora faço parte daquele grupo de pessoas que tem os prazereres pequeno-burgueses de esperar o décimo terceiro para fazer as compras de Natal.
Acabei de descobrir que aqui não tenho acesso a contas de e-mail pessoal...
* * *
Soube de um cacete federal hoje na UFC. Espancamentos, mães desesperadas, alunos ilhados, polícia dentro do campus, tiros e o escambau. Isso tudo a poucos metros das salas onde eu tinha aula.
* * *
Em São Paulo, poderia ganhar dinheiro como manicure (de 20 a 30 reais um pé e mão) ou vendendo roupinhas simples pintadas a mão (98 reais uma blusa de algodãozinho, 127 reais uma saia de retalhos).
* * *
Achei lá em casa uma lista elaborada numa noite de ócio e cerveja no Bar do Avião durante a mais recente passagem de Flávia pela cidade, em janeiro, acho. A lista das maiores cafuçagens que um homem pode fazer.
domingo, maio 23, 2004
Toda vez que passo em frente ao Edifício Serra do Mar, sinto uma certa raiva dos meus pais por terem se desfeito do nosso apartamento. O prédio todo em tijolinho vermelho com janelões de vidro do chão ao teto continua igualzinho, com seu jardim que nos leva aos arcos que dividem os blocos. Não entrei para visitar a amiga da mamãe e ex-vizinha que me trata como afilhada porque ela não estaria em casa aquela hora. Olhei do lado de fora da grade, sentindo a chuva fina que não cessava desde o Ibirapuera. Com minha sombrinha espalhafatosa de flores à la Carmem Miranda comprada em uma providencial banquinha de camelô, pensei no apartamento todo acarpetado; era um tapetão fofo que cobria todos os cômodos e onde o pé afundava. O papel de parede bege em mosaicos e o forrorama (que no Ceará não conhecem e não há utilidade, é uma placa de gesso decorativa que esquenta o ambiente) combinando tão bonitinhos com os móveis em estilo colonial que acompanharam a mudança para Fortaleza. A vista era para a piscina e para o sol. Quando se escondia, corriam todos para o quarto dos meus pais para curtir o aquecedor. Enfim, um apartamento de boas e aconchegantes lembranças à família.
E ainda por cima ficava a duas quadras da estação do metrô.
A pracinha em frente (onde vez por outra achava-se uma galinha preta com farofa) deu lugar a um condomínio Klabin. De todo modo, duvido que alguma criança brinque em praça paulistana hoje em dia, mesmo num bairro tranquilo como a Vila Mariana.
Termino a curva, subo uma leve ladeira (ô cidade íngreme, Jesus!) e pego o metrô rumo à balbúrdia da Paulista. A chuva fica mais forte e reparo que meu guarda-chuva é o único estampado. Não rio para não respirar gelado.
quinta-feira, maio 20, 2004
Cinco reais por meia hora num cyber café aqui pertinho da casa da Amarílis, onde estou por esses dias. Apesar da correria da FSP, ela sempre tem um tempinho e continua um amor, claro. O Emiliano também é uma figura. Já revi praticamente todas as pessoas que me fazem falta em Fortaleza, a Clara, Renatinha, Flávia, Belle e Tereza. Conheci pessoas novas, inclusive a Lígia, criadora das comunidades mais legais do Orkut (vício que abandonei à força por aqui).
Trouxe roupinhas outonais, mas a temperatura já está de inverno e nem quero imaginar como será o mês de julho nessa cidade. Por exemplo, saí hoje por volta de meio-dia e o termômetro marcava 16 graus. À noite chega facinho a menos de 10. Trouxe mil remédios e esqueci justamente o da faringite, que - como previa - me atacou na manhã de hoje.
Peço desculpas a todos que comentaram ou mandaram e-mail, mas não dá tempo de responder. Aliás, minha meia hora aqui tá acabando. Deixem-me ir. Muitos chopps e pastel pra vocês.
quinta-feira, maio 13, 2004
Ajude uma matéria a nascer
Você conhece alguém que já ganhou algum prêmio de Loteria, Mega Sena, Super Sena ou qualquer coisa desse tipo? Ou alguém que seja fissurado na fezinha e aposte toda semana? Um amigo que participe de bolão? Se a resposta é sim, peço encarecidamente que entre em contato comigo o mais rápido possível. Grata por toda a vida.
segunda-feira, maio 10, 2004
Mesmo que a Oi não ajude, tive direito a ouvir alguns acordes de Pixies ao longe. Enquanto
ele não
faz inveja posta nada sobre o show, podemos ver um comentário catado no
Quatro Acordes.
* * *
Paguei a mensalidade e vou dar uma última chance ao sindicato. Aliás, citando outrem, você sabia que existe um sindicato?
* * *
Preciso me acostumar com algumas idéias.
* * *
Quando não esqueço o pacote de chiclete, adoro viajar de avião.
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Parece mesmo que São Paulo é uma festa.
* * *
Acho que amanhã é um bom dia para ver Gael.
sexta-feira, maio 07, 2004
O México é aqui
Ao meu lado, Raquel e Fábio esperam que a mocinha da xerox da Cultura Francesa resolva nos atender. Bianca se aproxima e segue-se o seguinte diálogo:
Fábio: Ei, Bianca, beleza?
Bianca: Nem apareceu ontem!
Fábio: Pois é, meu pai botou boneco com o carro... Ah, Bianca, você conhece a Raquel? Ela é irmã do Paulo.
[Raquel sorri]
Raquel: Ah, você conhece meu irmão?
Bianca: sim, conheci.
Raquel: Nossa, você fala "conheci" no passado, como se ele tivesse morrido.
Bianca: Para mim, morreu.
--- silêncio constrangedor ---
[O celular de Bianca toca providencialmente, e ela se afasta para atender]
[Fábio e Raquel permancem em silêncio até a moça aparecer. "Tira duas dessa aqui, por favor"]
Os nomes são fictícios, mas o diálogo é verdadeiro. Só fico imaginando o tamanho da merda que o tal do Paulo deve ter aprontado.
* * *
Quero sair daqui, tanto que até em comunidade do Ork(c)ut com esse nome entrei. Racionalmente, marquei:
DF PE SP RS BA MG PR SC CE RJ PA AM
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Bem doida que vou dar 50 reais num livro da Erika Palomino!
terça-feira, maio 04, 2004
Se fosse para escolher... trabalhar como jornalista e ser obrigado a assinar como radialista ou assinar como jornalista e trabalhar como publicitário?
Acho que prefiro continuar como estou.
* * *
O que me leva a pensar que a auto-estima pode adorar uma montanha-russa, mas tem que manter o respeito, o amor-próprio. Acho que tenho que dizer a alguém bem ali para, pelamordedeus, manter a dignidade e deixar de ser expôr ridiculamente por causa de alguém que não se importa com corações alheios.
* * *
Eu sabia que isso ia acontecer! Tal e qual algumas festas do Ritz, o Orkut também congrega muitos dos meus ex-namorados, casos, rolos, paqueras e afins. Pois não é que o menino mais idiota com quem já fiquei (eu me prometi que me tornaria abstêmia após aquela noite no extinto Domínio) está lá! Pelo perfil, é commited, bem empregado (sabe aqueles concursos públicos com salários so high?) e cheio de pedrinhas de gelo, carinhas felizes e corações vermelhos, além de colecionar declarações femininas no scrapbook. Se você o conhecesse, também ficaria pasmo, juro. Temos amigos em comum, mas prefiro me fazer de doida. Afinal, meu povo, entre outras coisas, ele se depilava e achava que a maior diversão possível era jogar coisas pela janela do apartamento, isso após os vinte anos de idade. Não há maturidade ou transformação que apague isso.
* * *
Parece que a tendência (juro como procurei outro termo) é uma supervalorização da natureza. A
Diesel, aquela marca italiana que cobra olhos, boca e nariz da cara por uma calça, investiu pesado nesse marketing. A campanha "Diesel Society of Nature Lovers" pergunta "are you ready to love nature while it lasts?".
Uma das fotos do catálogo que propõe um contato mais íntimo com a natureza:
Conheço algumas pessoas que aderiram à campanha com força aqui no Brasil. Folhas de bananeira ainda não vi, mas em Palmácia os tronco fizeram sucesso. No names, no names...
segunda-feira, maio 03, 2004
Pedagoguês é chato pra caramba, mas qual é a melhor forma de tratar a morte e a ausência com uma criança? Se nem nós lidamos bem com isso... E quando um dia ela descobrir que os vivos também se ausentam, e nem sempre a referência é geográfica? Ausentam-se mesmo que morem a três quarteirões. E saber que as ausências muitas vezes são irreversíveis? Podem vir me falar todas teorias possíveis de que é preciso quebrar a cara desde cedo, aquela coisa de que o homem passa por crises desde o nascimento até a morte, mas eu não suporto ver aflições em crianças de cinco anos. Por mim, ela só sorriria. Ela e sua primeira janelinha.
* * *
Andei sem computador por esses dias, dependendo apenas do NPD.
* * *
Vi a Sofia Coppola, aquela mesma, numa festinha, assistindo a um show de strippers.
* * *
Gente que reclama de quebrante. Há quanto tempo não ouvia essa palavra.
terça-feira, abril 27, 2004
Triste.
Só um pouco.
Pós-post:
E NÃO É PELO MOTIVO QUE PENSAM.
segunda-feira, abril 26, 2004
Mariana e João,
Já estava indo dormir, quando...
Meu Deus, será ele mesmo?!?!
Terá esse Orkut realmente pegado todo mundo. Agora, só falta o Langlott...
domingo, abril 25, 2004
BG: As Vitrines, Chico Buarque (uma das músicas mais lindas de que tenho notícia)
De lascar essa mudança de rota do Fortal (aliás, o evento em si já o é) com concentração no Dragão do Mar. Separem seus jogos de Master, seus CDs e DVDs favoritos, uma cota para comidas, bebidas e cositas porque a opção será at home. Na sua ou na dos outros, contanto que longe do outrora ponto de fuga.
Agora, imagine como será o Fortal se for realmente aprovada a proposta do vereador Carlos Mesquita de aumentar o limite de poluição sonora de 70 para 110 decibéis. Absurdo, não? É, mas muito próximo de acontecer, já que em primeira discussão na Câmara Municipal, apenas três vereadores se posicionaram contra a proposta. Ah, sim, o Carlos Mesquita é pré-candidato à Prefeitura... [
>>>]
Para continuar falando da cidade, morro de rir com a única Via Expressa do mundo que não é expressa.
* * *
Alguém avise ao rapaz do Em Off que a Isabel, de fato, morou em São Paulo, mas é cearense. E mais: é cria da mesma UFC que ele.
* * *
Tenho muitos amigos músicos e compreendo que muitos deles não sabem/conseguem/se acostumam a/gostam de tocar com palheta, mas nada me faz mudar de idéia quanto àquela unha maior para reverberar as cordas. Acho pavoroso!
BG: Cherry Blossom Girl, Air (Ricardinho, não consigo baixar o clip de jeito nenhum!)
Duas mulheres espetaculares desse maravilhoso mundo das letras num único evento. Mas a (des)organização chocou o horário das duas. Quando dei uma fugidinha do lançamento do quarto livro da Socorro, a Eleuda já havia encerrado sua leitura de Clarice Lispector no outro piso.
Do povo que lê rápido:
"Você conhece?"
"Sim, sei, a Cleuda de Carvalho"
* * *
Passada com o curso de fotografia digital que meu eterno orientador tio Silas vai ministrar pelo Senac na Fa7. Quando conversei com a Kerla, bem que fiquei com vontade, mas é um absurdo pagar duas parcelas de R$ 125,00, cada uma, por duas semaninhas de aula.
* * *
Sou besta demais, rio com besteira, mesmo as repetidas. Tipo o "cale-se, velha horripilante". É a melhor novela. Só espero que a Graça não morra no parto e deixe o filho para o Guilherme e a Celina criarem. Seria o mais óbvio dos finais.
Quase tão óbvio quanto a escolha dos covers da maioria das bandas locais.
* * *
Feliz que só porque a exposição do Picasso que se encerraria no próximo dia 8 foi prorrogada até junho.
* * *
Após o beijo, o príncipe revelou-se um sapo.
Mas ninguém é obrigado a engolir anfíbios.
* * *
Sou péssima mesmo, e daí?
Vai dizer que não sabia? Vai dizer que não gostava?
quinta-feira, abril 22, 2004
Tenta, cão!
A pessoa faz um pacto com um amigo. Vamos parar de fumar, vamos beber menos e fazer natação. Daí, a pessoa passa em frente a um bar brega-play-fulêro chamado HollyBar, que fica a três quarteirões de casa, e vê que a cerveja 600 ml custa R$ 1,79. Um pouco mais adiante, no restaurante da pizza mais oleosa, o chopp está a R$ 1,30. Ela vai a uma festa e ganha direito a consumir R$ 10,00 reais no bar porque a amiga não pode beber. Não é só com ela, afinal o amigo em questão mal sai de casa, mas sabe que no Parque Recreio a cerveja está ainda mais barata, coisa de R$ 1,30.
Tiradentes
Festa no inferninho cancelada, mas sou arrastada. Uma noite, duas festas. No Ritz, assistente de DJ, alguns vacilos de principiante com o equipamento, mas recebi (recebemos) elogios. Eu juro que não foi por causa do decote. E repito a pergunta de Jackson: e o funk é proibido no Ceará? Coisas vistas no Amici's.
Vi essa nova modinha
aqui.
- Pegue o livro mais próximo de você.
- Abra o livro na página 23.
- Ache a quinta frase.
- Poste o texto em seu blog junto com estas instruções.
Adeus - aonde mandamos as pessoas.
(
O Amor é Fodido, Miguel Esteves Cardoso)
* * *
Na verdade, haviam dois livros eqüidistantes, mas preferi jogar a mão à esquerda. Por curiosidade, olhei a frase do outro livro. Era uma frase maior, também bonita, um tanto poética, mas não tão significativa ao meu momento quanto essa.
Essa história de frase adequada ao momento me lembrou aquele livro idiota, "Minutos de Sabedoria". Não pense que foi uma comparação estúpida, foi só uma conexão muito sem sentido. Até porque eu nunca soube ser sábia em relação a certas coisas.
segunda-feira, abril 19, 2004
BG: Dreaming, Blondie
Jabá do bem porque são bons, não porque são meus amigos
É o seguinte: você escolhe. Amanhã é terça-feira, véspera de feriado, e festa pra todo lado. Como eu gosto dessa coisa serviço cultural - agendinha - clipping...
No
Ritz Café tem a festa À Fantasia com a banda DaCapo e discotecagem dos DJs Dado (Noise 3D) e 2in Kitties. Preço único: r$ 5.
No
Amici's, tem a festa "Som de Máquina", com DJs Guga de Castro, Diego e convidado ainda não escolhido, misterioso ou estou desatualizada mesmo. Não sei o preço porque perdi o flyer.
No
Motel 90 (isso, isso), inferninho ali no Centro (mais precisamente na av. Tristão Gonçalves) a festa é a "Decadence avec Elegance", com 69% Love, Belas.Co e Psico Indie.
Sinceramente, a última foi a que me despertou mais curiosidade pela sua localização... digamos sui-generis. Pour un petit peu d'elegance, mes amis. Mas vou mesmo para onde o povo me levar.
domingo, abril 18, 2004
Nunca assisti a um episódio inteiro de Buffy em toda a minha vida. Mas descobri que sou a melhor amiga dela. Pelo menos é o que dizem.
Você também me acha parecida com essa tal de
Alyson Hannigan?
Não duvido. Depois que me compararam à
Shirley Manson (a diva!), nada me espanta.
Para tirar a dúvida, uma página só com fotos da tal
Willow (isso lá é nome de personagem decente! só me lembra aquele anão).
BG: Half a Person, The Smiths
Um recado no escuro
Poucas coisas me fazem sentir tão patética quanto acenar para alguém que vira o rosto. Você (no caso, eu) fica lá com cara de abestada, sem saber para onde olhar, um meio sorriso e mão parada no ar tentando se justificar "não, eu estava falando era com o barman". Puxa um cigarro para ocupar a mão e se vira também. Pois bem, eu estava de preto, o ambiente era escuro e eu tenho apenas 1.60; acreditemos que passei despercebida ou que todos são tão míopes quanto eu. Ou vai ver certas coisas não têm conserto mesmo.
BG: Time of the Seasons, The Zombies
Um recado para Dado e Marcelo
A festa de aniversário do Noise 3D foi muito boa, paguei com gosto. A seqüência "Rebel, Rebel", "20th Century Boy" e "aquela que eu não sei o nome, do Darkness" foi muito bem sacada, inspirada. E eu não gosto do Darkness, mas funcionou na pista. Bacana. Ainda teve "A Town Called Malice", provavelmente uma das músicas que eu mais morro de dançar em todo o mundo, ao lado de "It's the End of the World", "Debaser" e aquelas duas do Fatboy Slim. Na verdade, eu pagaria com gosto todas as edições do Noise. Agradeço a compreensão de vocês com a minha fase de liseira, mas prometo que assim que eu me reestabelecer financeiramente nunca mais os aperreio (nem o Tiago, nem o Marquinhos) pedindo cortesia. Não faço parte do movimento anti-vipeira de SP, mas acredito que o pagamento é parte do reconhecimento e uma forma de contribuir para que uma festa bacana continue sendo realizada.
BG: Life on Mars, David Bowie
Um recado para Juliana
Juliana, fiquei passada por ter perdido sua esquete. Estava tudo combinado: iria vê-la (e conhecê-la também), depois me encontraria com uns amigos e seguiria para a festa Fliperama, no Amici's. Meus planos mudaram quando fui acometida por uma terrível cólica na faculdade. Voltando para casa, de ônibus, me contorcia e era alvo de brincadeirinhas de uma gangue de pirralhos com camisa do Fortaleza (Leoninos, tinha jogo naquele dia? Eles subiram na altura do PV). Passei a noite em casa, na base do Feldene em macro-doses.
E um PS para todas as mulheres
Nunca retarde sua menstruação. Eu fiz isso por causa do feriado da Semana Santa e me arrependi. Claro que é muito melhor, muito mais prático viajar tranqüila, mas imagine uma semana de menstruação reprimida e toda a TPM acumulada. Não é fácil. Muito além de qualquer clichê associado à TPM - aquela coisa de mulher neurótica, exagerada e tals - é uma questão fisiológica. Todos os hormônios em montanha russa. Na noite do sábado do feriadão, eu estava querendo morrer. Ou melhor, matar. Passada a famigerada TPM, a cólica veio valendo, três vezes mais forte do que a anterior. Não reprima a menstruação. Liberdade sangüínea!
BG: Girls On Film, Duran Duran
Um recado para Andréa
Eu, no banheiro do Ritz, sapato na mão, conferindo os calos. Uma garota se aproxima e:
Ei, você é a Mônica que tem um blog, não é?
Logo que a reconheci, fiquei esperando que de cada porta do banheiro do Ritz pulasse uma garota enfurecida para me dar um pau federal. Tipo cena de filme, uma coisa meio ninja.
Cara, eu leio teu blog, gosto muito, é muito massa e bla-bla-bla...
Sim, mais uma vez fui surpreendida por alguém que eu achava que queria me ver pelas costas.
Explico: há alguns meses, vi um show de uma banda e comentei aqui que não tinha gostado do som, mas que achava que tinha potencial para melhorar. Aproveitei e critiquei uma esculhambação que estava rolando nos comentários do blog dessa banda e a mentalidade dominante na cena (?) musical cearense de que "minha banda e as bandas dos meus amigos são boas, o resto é lixo e quero que se foda", além de uma série de mesquinhariazinhas que rolam por aí.
Diante da simpatia, pensei que talvez ela não tivesse lido esse post. Mas não, ela o leu sim. E não ficou com raiva de mim, me xingando por aí. Ela entendeu o sentido daquelas palavras, que não era uma ofensa, não era pessoal (e nem poderia, pois não as conhecia) e que o que eu desejava era muita sorte para a banda, que todos crescessem e amadurecessem musicalmente.
É o que continuo desejando. Crescer é um processo contínuo e infinito. Maturidade pessoal, ela já provou que tem de sobra. Um abraço, Miss World Andréa. Volte sempre.
sexta-feira, abril 16, 2004
Ainda não tinha encontrado uma finalidade para o Orkut, além do exercício da vaidade para ver quem tem mais amigos ou ícones de coração, babar os conhecidos e queixar o povo bonito, até Ricardo me apresentar aquela que é desde já a melhor das comunidades:
uma homenagem ao gênio da televisão brasileira. Vá direto para os tópicos "Gostaria muito de chamá-lo de meu filho" e "Pegadinhas preferidas". O povo desenterra cada coisa que só vendo! Juro que passei a madrugada rolando no chão às gargalhadas. E ninguém mais do que eu precisava disso.
quinta-feira, abril 15, 2004
Muito sem saco para isso aqui. Como me falaram um dia, as pessoas dão muita importância a blogs. Verdade, principalmente as auto-referidas, que acham que tudo é para/sobre elas (e eu posso me colocar entre elas, inclusive). Estou cansada do disse-me-disse, dos mal entendidos, das coisas que se misturam sem critérios.
Mas vamos lá, tentar dar uma sobrevida a esse blog. Queria escrever algo sobre a marmotosa idéia do muro do Conde, mas vou deixar a palavra com
alguém que entende do assunto:
O muro lamentável
A proposição de cercar favelas, no Rio de Janeiro, com o propósito de barrar a violência, ganhou contornos de piada de mau gosto, sobretudo por partir de quem mais deveria compreender as questões urbanas e para elas ter respostas adequadas – um arquiteto. Como ser humano, causa-me estranheza e repúdio a idéia de que, nos dias atuais, o poder público ainda pretenda isolar em guetos determinada parcela da população, por julgá-la, arbitrariamente, ameaçadora e/ou inadequada ao convívio em sociedade sem barreiras. Os guetos e o muro de Berlim, Soweto e o muro de Sharon já nos deveriam ter ensinado algo a todos. A violência urbana, ao contrário do que se tenta impingir, não tem definidos, no espaço urbano, origem, agentes, local e conseqüências. Como arquiteto e urbanista, causa-me estupefação o desconhecimento, por parte de um colega (autor da proposta), do papel da cidade e dos princípios básicos que regem o viver em coletividade. Se há problemas nas favelas, e se estes resvalam perigosamente de suas fronteiras, é porque as benesses públicas, tais como infra-estrutura, educação e saúde, franqueadas à cidade real, rica, não chegaram às cidades pobres, surreais – as favelas. Dificulta-se, assim, o acesso de seus moradores a emprego e bens – terreno fértil para a opção pela criminalidade. Isolar ou delimitar as áreas pobres – ainda que com cercas vivas ou ciclovias, como se tentou corrigir tardiamente a afirmação infeliz – não vai resolver o problema da violência, que ora se expõe ainda mais cruel. Para além dos traficantes, há uma contextura social rica e organizada nas favelas – hoje já bairros com antiga história. É preciso respeitar esta população, tão usuária de toda a cidade e contribuinte de sua construção quanto todas as demais. É preciso que a cidade real se volte à cidade surreal; que seus serviços, cada vez mais, penetrem seus limites, subindo os morros e destruindo os muros reais da segregação, da demagogia, do preconceito e da exclusão social.
Tiago Veras
arquiteto e urbanista
segunda-feira, abril 05, 2004
Você sabe quem é Ash Maxell? Alguns veículos de comunicação anunciaram sua presença em um encontro de blogueiros ocorrido recentemente em São Paulo e o apresentaram como "pai dos blogs". Acontece que Ash Maxell não existe, não passa de um simulacro de Evan Williams. Tudo começou como uma brincadeira em blogs paulistanos, mas muitos veículos compraram a mentira, ou melhor, engoliram a idéia do tal Ash Maxell. Talvez se pergunte que mal há em inocente brincadeira sem conseqüências. Mas é que existe um preceito chamado responsabilidade de informação, que não anda recebendo muita atenção por aí por parte da mídia. Ainda outra questão: pode-se considerar blogs como mídia? Só sei que me espanta a propagação de blogs, que ao contrário de outros meios, não sofrem nenhuma espécie de regulamentação ou fiscalização, mas têm mostrado um grande poder de divulgação. De verdades e de mentiras.
quinta-feira, abril 01, 2004
BG: Seventeen, Ladytron
Não é xerox
Provavelmente hoje me passei por uma pessoa boçal, muito boçal. Mas na verdade foi falta de reação. Primeiro porque pensei que não era comigo. Olhei para os lados e era de fato comigo. Constatado isso, demorei a reconhecer a pessoa que me oferecia carona. Quando reconheci, fiquei surpresa. Uma pessoa que estudou anos na mesma faculdade que eu e nunca me dirigiu a palavra estava perguntando se íamos para o mesmo lugar. Admito que também nunca falei direito com ela, até porque acreditava que ela não ia com a minha cara. Aliás, achava que me detestava, pois é amiga de pessoas que querem me ver mortinha no inferno com a Wanessa Camargo e o Eri Johnson. Sempre pensei que fosse como elas, que me odeiam por odiar apenas. Agradeci e disse que não ia ao Benfica, mas ao Pici. Insistiu em que eu pegasse uma carona até a Reitoria e reduzisse meu trajeto topiquiano. Sorriso amarelo, não, obrigada. Depois que fui me tocar que tinha sido horrível, mas ok, amanhã sei que ela vai estar no Amici's e falo direito, como merece quem é gentil. Gentileza anda tão em falta e talvez eu faça juízos errados baseados em critérios sem importância.
quarta-feira, março 31, 2004
BG: Comfortably Numb, Scissor Sisters (musiquinha pista de dança night fever)
Minha mãe presenteou-me novamente com uma camisola de ursinhos. Às vezes, penso que ela não olha para sua filha. Ou você que me conhece me imagina dormindo com camisolas de ursinho. Mas nem posso recriminá-la, é muito difícil encontrar roupa de dormir decente. Ou são aquelas coisas cheias de lycras e rendas em tamanhos reduzidos ou aqueles camisetões com o Piu-Piu, ursinhos, anjinhos e coisas do tipo. Faço minhas as palavras da Lorena Calábria na TPM#29: "Se você não faz o gênero vamp e já passou dos 18, é preciso garimpar muito para achar camisolas básicas e com charme, que não deixem a gente com cara de bebê gigante". Também não sou adepta de dormir com qualquer camiseta velha de propaganda. Camiseta velha de propaganda é para fazer faxina ou no máximo ir à academia. Para dormir, seja só ou acompanhada (principalmente acompanhada), não rola. Como sou uma boa filha, até uso uma ou duas noites por mês as tais camisolas de ursinho compradas na boa intenção ("olha, tem umas frases em francês"). Mas enquanto não inventam camisolas bonitinhas, vou de calcinha grande e regatinha. Até porque essas camisolas de ursinhos são quentes pra caralho, só no ventilador mesmo.
* * *
Lembrete: nunca mais andar colada atrás de ônibus ou caminhões, especialmente perto de samáforos.
* * *
Boatos de que o Queen fará um show comemorativo aos não sei quantos anos em que eles entraram pela primeira vez na parada inglesa, com renda revertida às pesquisas sobre o HIV. No lugar do Freddie Mercury, o vocalista do Darkness. Medo.
* * *
Quer saber o que eu e
Danny Husk andamos fazendo?
[
aqui] e [
aqui]
Alguém mais se habilita?
segunda-feira, março 29, 2004
BG: A Girl Like You, Edwyn Collins (musiquinha boa da trilha de um filme ruim, a voz do cara lembra David Bowie)
Vi a
foto das freirinhas revolucionárias lá no
fotolog do menino dos encontros ocasionais e lembrei na hora de um filme muito bom (como não poderia deixar de ser) do meu querido Almodóvar.
A história começa quando uma cantora de cabaré vai parar no convento. Não confunda com aquele outro, por favor! Enfim, ela procura o convento das "redentoras humilhadas" (acho que é esse o nome), onde as freiras são ex-prostitutas, ex-assassinas, ex-traficantes, por aí.
Tradicional culpa católica?! Nem. Apesar de se chamarem por "Irmã Esterco", "Irmã Rata" e outros nomes meigos para expurgar os pecados, as freiras desse convento bizarro nada têm de pudicas. Pelo contrário, daí o título do filme, "Maus Hábitos", de 1983, antes de sua fase, digamos... mais comercial, além de uma clara referência a um de seus ídolos e antecessor, Buñuel.
E vou parando por aqui.
Porque depois que a
Juliana me apresentou esse
site/blog (?), acho que nunca mais na minha vida vou me meter a falar de cinema.
* * *
Incrível como algumas pessoas só valorizam minha companhia dentro do roxão (leia-se: meu Fiat Uno Mille da minha irmã). O mesmo trajeto no Campus do Pici-Unifor não merece sequer um bom dia.
* * *
Dia desses, estava vendo uma enquete num desses sites voltados para o público teeeeen e festeiro de Fortaleza. Sei lá se Oba, Zueira ou o quê. A pergunta era se "você segue a moda". Para meu espanto, todo mundo respondeu que não.
Agora, me diga. Então, por que diabos todos andam tão iguais?
Detalhe? pelas fotos, viam-se montes de Darlenes, Kelly Keys e por aí.
PS: Se algum dia, me vir por aí com legging, blusinha de cintura baixa eviesada e cheia de pontas e com milhares de badalos no pescoço e a bunda, por favor denuncie. Trata-se de uma farsante.
* * *
Quando eu falei neste mesmo espaço que gostava de George Michael, da música da manquinha Shirley e outras coisas do pop tido como inferior, fui vilmente achincalhada, humilhada e desprezada. Agora, todo mundo é fã de Britney e Beyoncé, e ninguém diz nada. Mudança de mentalidade? Tolerância ao diferente? Nada: espiral do silêncio mesmo. Agora, todos lembremos de nossas aulas de teoria.
* * *
O
Raphael foi falar de sushi e agora estou morrendo de vontade aqui... ai ai ai...
* * *
Vendem-se carapuças. Tamanhos P, M, G e GG.
* * *
Ah, sim... homens bonitos sempre, mas não pense que isso aqui é uma Capricho. Homens belos, sim, mas não de beleza óbvia e nem de conteúdo inexistente.
Para
Thaís: Chris Martin, na segunda versão do clip de "Trouble" (aquela do piano angustiado), dirigida por Tim Hope, que fez um tipo de colagem muito bacana com a mistura de várias técnicas de computador. É dele também o clipe estilo Bloomberg de "Bad Day", do R.E.M.
BG: Elle, tu l'aimes, Hélène Ségara (mais alguém no mundo passou anos atormentado em descobrir o nome da música de abertura da novela do SBT "As Pupilas do Senhor Reitor"? Pois é, chama-se "Canção do Mar", de Dulce Pontes. E essa do BG é sua versão francesa)
Dada a longa ausência, um resumo dos últimos capítulos, em estilo diário mesmo, que estou sem saco.
De como Murphy me pegou, mas foi enganado e expulso
Tarde de quinta-feira e sinto um mal-estar, enjôos, náuseas (e o primeiro engraçadinho que vier com insinuações vai levar uma chulapada!). Sou obrigada a faltar aulas, francês e dar um bolo no meu cunhado. Penso no Farra lotado e resolvo ficar em casa, apesar do verme de sair que me acomete de quarta a domingo.
Sexta-feira, sinto-me melhor e vou a insuportáveis aulas, descubro que aquela oportunidade de emprego já era e não obedeço os conselhos de que seria melhor ficar em casa. Conheço todos os arredores do Dragão do Mar em busca de uma vaga, gratuita ou paga, tanto faz. Depois de passar inacreditáveis 35 minutos presa em frente ao Canto das Tribos, com um quarto do tanque gasto e a luz da bateria piscando loucamente, decidimos, Ricardinho e eu, comer algo fora do circuito e voltar após o fim dos que nem maré do intragável Jorge Vercilo. Voltamos e as vagas lá estavam a nossa espera. Não apenas as vagas, é verdade. O Amici's não estava muito cheio, só os conhecidos (aliás, mais parecia qualquer festa dessas do Ricardo, só que em outro ambiente). Mas foi bom, foi sim. Chego em casa com o dia claro. Hello sun! e caio na cama.
Passo o sábado bem, apesar dos excessos etílicos e gastronômicos (soube histórias horríveis do Habib's) da noite anterior. Menina responsável que sou, não vou ao Noise 3D, nem ao Amici's e nem ao Las Lenhas. Fico em casa, faço uma alimentação saudável e cedinho estou na cama. Tudo por causa do concurso caça-níqueis da Infraero. Mas, por volta de duas horas da manhã, acordo novamente com dor de cabeça, náuseas e a garganta travada, travada. Inflamação feia. Tenho insônia, tomo remédios e sinto frio. Constato febre. Por volta de cinco horas, consigo vomitar, me sinto um pouco melhor e até consigo dormir.
Como moro a um quarteirão do local das provas, me acordo em cima da hora. Tomo um banho, me arrumo e tal, mas ainda não me sinto bem e a garganta está mais inflamada. Mas estou decidida a ir. Antes de sair, porém vomito o café da manhã e começo a sua frio. Percebo então que não dá mesmo. Volto para a cama e para os mimos da mamãe. Ódio. A inscrição tinha sido cem reais. No decorrer do dia, alterno bons e maus momentos com boas e más lembranças. Ficar doente sem nada pra fazer dá nisso. E ainda penso na porra do concurso que deixei de fazer.
Mas hoje me acordo e, entre incontáveis acessos de tosse, não pude deixar de morrer de rir com a
notícia.
Duas considerações:
Em frente ao Canto das Tribos, pensávamos que meu deus, se esse carro quebra aqui, estamos fudidos até semana que vem. Imagine eu, de meias arrastão, scarpin e metros de perólas falsas no pescoço, entre os regueiros. Pelo menos zoados seríamos.
Fortaleza é muito catreivage mesmo! Feita por catirobagem para catirobagem e ainda vem os catirobagem de fora. A verdade é que todo o caos no entorno do Dragão era obra do show desse zé cantor meia-boca que atende por nome de Jorge Vercilo. Só aqui pra esse mané lotar qualquer recinto com mais de 30 lugares.
sábado, março 20, 2004
BG: Conduit For Sale, Pavement
Melhor do que qualquer bem material caro é recuperar uma amizade. Meus conceitos de valor são bem pessoais.
Mário me fez descobrir que não tenho osteoporose precoce. Mas a novidade é que Dead Poets pretende lançar seu EP em abril.
Você já viu Dogville? Como se portou ao final? O que pensou? Ou não pensou nada? Com certeza, os que não pensaram nada são bem mais felizes consigo próprios. A consciência é uma merda.
Remuneração ridícula, mas vamos tentar. O problema é escolher a cidade. Vontade de sair daqui, mas para onde? Belo Horizonte, Salvador ou continuar em Fortaleza?
Estou conseguindo me manter longe do jogo do pingüim. Mais 24 horas!
Nada de lente ressecada ou fungos ou sei lá o quê. Era terçol. A crendice popular diz que anel de moça virgem resolve. O problema é achar a moça virgem. Bora de colírio Moura Brasil mesmo.